O Panorama Digital do Cinema Suíço exibi, a sua 8º edição, on-line, com o intuito de aproximar brasileiros da produção cinematográfica suíça, através de 14 filmes e dois programas de curtas, que serão exibidos gratuitamente na plataforma Sesc Digital. A sua realização foi possível devido a parceria do Consulado da Suíça em São Paulo e do Sesc São Paulo, e com a agência de cinema SWISS FILMS.
O evento chega ao fim no próximo domingo, dia 6, e para ajudar você a escolher os filmes trouxemos algumas dicas abaixo:
A começar por “O Vento Muda” (2018) dirigido por Bettina Oberli. Ambientado em uma fazenda isolada em uma região remota do Cantão do Jura, em que Pauline (Mélanie Thierry) e Alex (Pierre Deladonchamps) estão dispostos a construir sua vida, e gastam toda a sua energia com os cuidados da casa e dos animais. A chegada de Galina (Anastasia Shevtsova), advinda da Ucrânia para se tratar de uma doença respiratória visto que o local seria agradável para sua cura e acaba contribuindo com os planos do casal. Porém, a chegada de Samuel (Nuno Lopes) um engenheiro de origem portuguesa que vai realizar a instalação de uma turbina eólica, começa a mexer com Pauline, de uma forma que se torna mais forte que ela e começa a comprometer os planos do casal. Toda a construção da trama chega a lembrar um pouco o filme também francês “Obsessão” (2015), mas nessa produção a diretora brinca um pouco mais com simbolismos.
Um dos destaques do festival é o documentário suíço “Contrapor” (2019) dirigido por Peter Guyer e Thomas Burkhalter com colaboração de sete músicos de Gana – M3NSA, Wanlov The Kubolor, Adomaa, Worlasi, Akan, Mutombo Da Poet e Potera Asantewa – que desenvolveram trabalho musical e de videoclipe que casavam com os temas abordados na produção que começou a ser rodada em Gana, 2013 e que explana diálogos em que os músicos questionam sobre o seu espaço na música, opressão que sofrem pela sua origem, a tentativa das mulheres terem o seu espaço na política e conseguirem se empoderar na sua vida pessoal e profissional. Na verdade, o sonho dessas pessoas é cantar sobre a realidade, que não é nada simples, elas buscam visibilidade e não glamour. A produção é caprichosa em sua fotografia e nos torna ainda mais próximos da pluralidade cultural de Gana e da África.
Um outro documentário, foi “Meu Primo Inglês” (2019) em que o diretor Karim Sayiad decidiu filmar o seu primo na Inglaterra vivenciando o processo de imigração que requer sair de sua cidade de nascimento a Argélia, em busca de novas oportunidades no país britânico. Depois de passar dezessete anos, ele resolve voltar ao seu país de origem e as dificuldades que também vão assolar a vida de Fahed que se ver diante do dilema de voltar ao seu país ou permanecer na Inglaterra, uma realidade que faz parte de muitos sulistas, nordestinos, estrangeiros em que todos buscam um mesmo objetivo em comum uma vida melhor, e a forma como ele rodado dar esse ar bem autoral e nos aproxima ainda mais da trajetória Fahed.
E por fim, “O fim do Mundo” (2019) é um filme feito numa coprodução da Suíça com Portugal. Filmado no bairro periférico da Reboleira em Lisboa pelo diretor Basil da Cunha, um suíço filho de imigrantes portugueses. A história é focada em Spira, um jovem de 18anos, que passou oito anos de sua vida num reformatório. Ao voltar, ao seu local de nascimento, ele precisa encarar as mudanças e o fato de que ele não é mais “criança”, o rapaz começa a se inteirar com os seus amigos que geralmente estão ociosos e estão almejando espaços dentro da criminalidade. Cenas do cotidiano dos moradores constroem a produção com ainda mais veracidade ressaltando a falta de oportunidades dentro das comunidades e chegam a nos teletransportar para a realidade brasileira.
Para ficar a par da programação completa vocês podem acessar o site: www.sescsp.org.br/panoramasuico ou acompanhar nas redes sociais: https://www.instagram.com/panoramasuico/