Arquivo Confidencial: James Gunn do Trash ao Pop

James Gunn, hoje é aplaudido como o grande herói por trás de “Guardiões da Galáxia” e futuro supervisor do universo cósmico da Marvel, porém ele teve uma carreira bastante incomum até alcançar esse reconhecimento.

Gunn, desde pequeno foi sendo influenciado pela cultura pop através de produções de pequeno orçamento, como “Sexta-Feira 13” e “A Noite dos Mortos-Vivos” . Motivado por tais filmes, ele começou sua carreira no final dos anos 90 com longas independentes e de temática non-sense, como “Tromeu e Julieta” (1996), comédia de terror que satiriza Shakeaspeare em uma versão trash, onde Gunn atuou e escreveu o roteiro, sendo que logo em seguida assinou os roteiros e participou da adaptação live-action do clássico desenho da Warner, “Scooby-Doo” (2002).

No script original da adaptação, o longa seria voltado ao público adulto e teria diversas polêmicas, como Salsicha sendo um usuário de crack, Velma e Daphne em um romance lésbico e, várias menções a maconha, entretanto após o elenco assinar contrato a história foi sendo remodelada para se tornar um filme voltado para a família, mantendo apenas algumas piadas adultas originais da obra.

Após o sucesso de “Scooby-Doo” o roteirista recusou vários filmes para fazer “Madrugada dos Mortos” (2004), remake do clássico filme que trouxe sucesso tanto para Gunn, como para o diretor – até então desconhecido, Zack Snyder. No mesmo ano ele retornaria a escrever e produzir em “Scooby-Doo: Monstros à Solta” (2004) que apesar de ser mais fiel ao desenho animado, ainda teve uma recepção bem dividida entre a crítica especializada.

Mas a história do roteirista haveria de mudar em breve, pois iria dirigir seu primeiro filme em “Seres Rastejantes” (2006), produção de terror e humor negro inspirada em clássicos trash estrelado por Nathan Fillion, Elizabeth Banks e Michael Rooker que trouxe muito gore e humor para os fãs do gênero e ajudou a começar a construir a carreira e o estilo característico do diretor.

No período de 2008 e 2009 James Gunn produziu, dirigiu, escreveu e atuou em uma websérie cômica que satiriza filmes pornôs chamada “James Gunn’s PG Porn” com Nathan Fillion e Michael Rosenbaum. Apenas em 2010 foi que ele enfim pode ser consagrado em festivais pela crítica e público fazendo com que grandes produtoras notassem sua criatividade e habilidades como diretor e roteirista, tudo graças ao filme “Super” (2010).

“Super” é uma comédia dramática de humor negro recheada de violência e referências da cultura pop. Na história acompanhamos um homem frustrado psicologicamente em seu casamento e que assume para si um manto de super-herói e inicia uma luta contra o crime pela sua cidade, armado apenas com seu uniforme e uma chave inglesa. Foi através desse filme que Gunn foi lançado para o estrelato.

Devido a sua visão única, logo em seguida foi contratado para escrever e dirigir “Guardiões da Galáxia” e consequentemente a sua sequência, dois longas inusitados que introduzem o lado cósmico e bizarro da Marvel em uma comédia de aventura space opera sobre um grupo que funciona como uma família disfuncional.

Ambos foram grandes sucessos de público e crítica e colocaram enfim o diretor e roteirista de filmes B no panteão de grandes profissionais do mercado atual de Hollywood. Atualmente James Gunn auxilia na produção de “Vingadores: Guerra Infinita” e no roteiro de “Guardiões da Galáxia Vol. 3” que deverá trazer o fim do grupo atual e levará a uma nova fase no universo cinematográfico da editora, além disso em breve ele retorna ao mundo do horror em “The Belko Experiment”, projeto no qual ele assina o roteiro, e aborda um grupo trabalhadores de uma empresa que são presos em suas instalações e forçados por uma misteriosa voz a matarem uns aos outros para se manterem vivos. Vale lembrar que ele também estará focado em organizar e desenvolver junto de Kevin Feige o futuro do universo cósmico da Marvel, e do jeito que as coisas caminham ainda ouviremos falar muito sobre o inventivo e nonsense James Gunn.