“After” foi publicado inicialmente na plataforma de leitura Wattpad sem grandes pretensões, mas após o seu sucesso estrondoso ele chegou nas livrarias e agora ganhou a sua aguardada adaptação cinematográfica. Trata-se de uma série de livros voltados para o público juvenil, que lidam com momentos marcantes da juventude, como a iniciativa de sair de casa e ter que enfrentar o mundo, a descoberta de sexualidade, mudanças continuas, entre outros fantasmas que atormentam a vida de muitos adolescentes ao redor do mundo.

O longa conta a história de uma jovem chamada Tessa Young (Josephine Langford) em seu primeiro semestre de faculdade. Conhecida por ser uma aluna dedicada, filha obediente e namorada fiel, a jovem se vê em uma nova situação quando conhece o misterioso Hardin Scott (Hero Fiennes Tiffin), que mostra ser o oposto dela, um completo rebelde. Tessa colocará em dúvida o que sempre soube sobre a vida.

Crítica: After

Tessa (Langford) é uma garota de 18 anos, recém-chegada na faculdade e cheia de expectativas. Ela teve uma infância complicada, abandonada pelo pai a jovem se uniu com a sua mãe, Carol (Selma Blair), para que pudessem manter a família. Já Hardin (Tiffin) é um garoto misterioso, sedutor e, assim como Tessa também não teve uma infância fácil, precisou lidar com o pai alcoólatra, Kevin (Peter Gallagher), com o qual ele cresceu após o divorcio de seus pais, ao seu lado ainda conviveu com a madrasta Karen (Jennifer Beals) e o filho dela, Ladon (Shane Paul McGhie). Os personagens secundários são funcionais para a história, mas possuem pouco espaço, mantendo o foco no casal protagonista.

Tessa tem uma perspectiva da vida embasada no olhar de sua mãe, sem ter tido muitas experiências pessoais, um reflexo comum e que acontece com a maioria dos pais que querem proteger seus filhos, mas acabam esquecendo que a construção dos princípios e valores também se dá pelas próprias vivências. A garota tem um namorado que também é o seu melhor amigo, Noah (Dylan Arnold) e, é perceptível a relação de carinho que um tem pelo outro, mas que falta interesse da parte dela. Hardy, por outro lado, é quem de fato faz seu coração pulsar, ele é um condutor da relação por ter mais experiência e há até quem o ache um pouco tóxico.

Crítica: After

A história é contada sobre a visão de Tessa e, a partir disso, acompanhamos o olhar dela diante dos fatos, sendo assim Hardy não tem apenas o ar de misterioso, ele de fato é, e essa escolha narrativa nos ajuda a compreender melhor as atitudes do garoto.

Há uma certa superficialidade em alguns temas abordados na história, assim como a sensualidade mostrada no trailer também acaba ficando de lado. Diferente do que as pessoas podem pensar, o longa não é uma versão teen de “Cinquenta Tons de Cinza” (2015), e quem assistir irá perceber que essa comparação não faz o menor sentido. Ainda assim, a trama e os personagens poderiam ser melhor desenvolvidos se fossem adaptados para a tv como uma série ao invés de um longa-metragem com menos de duas horas.

“After” poderia ter sido mais ousado, mas também não é um material descartável, afinal ele prende a sua atenção e lhe deixa bastante interessando pelo desfecho do casal.


Trailer: