Com Brad Pitt e Marion Cotillard como protagonistas, Aliados, já traz uma fórmula de sucesso. Acompanhados de uma trama simples mas intrigante e com um bom trailer, esse é um forte concorrente nas bilheterias desse mês, mesmo tendo que competir com os filmes recordistas de premiações. Agora será que o resultado é tão grandioso quanto o que é vendido?
A história nos apresenta Marianne Beausejour (Marion Cotillard) e Max Vatan (Brad Pitt) em uma missão especial em Casablanca no Marrocos durante a segunda guerra mundial, para o sucesso do disfarce eles fingem ser um casal que por sua vez acabam se apaixonando de verdade e se casando posteriormente. Alguns anos depois, casados e com uma filha ainda bebê, Max é convocado a investigar a sua mulher por causa de suspeitas de que ela seja uma infiltrada alemã e esteja compartilhando informações com os inimigos.
Como é perceptível pela sinopse, o roteiro não apresenta nenhuma novidade, sendo um emaranhado de cenários clichês que podem render bons frutos se forem conduzidos por um bom diretor, o que não é o caso desse filme.
Robert Zemeckis acerta na condução do elenco, mas falha em estabelecer um ritmo constante no filme. A narrativa aqui é dividida em dois momentos, o primeiro que é quando os personagens se conhecem e começam a se apaixonar e mais tarde o segundo quando nasce a desconfiança e inicia a perseguição. O problema é que essa primeira parte mais simples é muito mais intrigante que a segunda na qual a maior parte do filme se concentra, sendo assim, perde-se aqui a oportunidade de explorar a tensão da investigação de Max sobre o passado de Marianne.
O elenco é simplesmente composto por Brad Pitt e Marion Cotillard, e eles conseguem carregar todo o charme do filme. Marion em especial consegue ser atraente e inteligente, mantendo uma tenção abstrata em sua presença instigando a dúvida sem se quer dar sinais de uma resposta. Pitt não fica por baixo e da vida ao reservado, Max que não consegue disfarças suas intenções tão bem quanto a companheira durante a missão, mas ainda assim sabe dominar a situação. No entanto o ponto chave é a química dos dois que esbanja carisma e simpatia, além de ser construída gradativamente durante o filme, sendo difícil não torcer pelo casal.
A direção de fotografia é bem interessante pois traz um recurso popular, o reflexo, mas o usa de diversas formas diferentes tornando-o parte da estética do longa. Esse recurso não só funciona na construção da atmosfera de desconfiança, como mantém as personagens enigmáticas, além de deixar o público curioso com o que está acontecendo.
A direção de arte acerta em suas composições nos apresentando cenários coerentes e que conseguem justificar a estética adotada pela direção de fotografia. O figurino que inclusive está entre os indicados no Oscar 2017, também é destaque pois além de ajudar a compor a personalidade dos protagonistas, ainda é um dos recursos usados como disfarce durante as missões dos espiões.
Aliados no final das contas é um filme leve, que não traz nenhum glamour ou momento marcante, tampouco chega a ser ousado, mas consegue ser divertido e cativante principalmente por conta de seu elenco. Não sei se é a melhor escolha em meio a tantos lançamentos, mas sem dúvidas irá fazer o seu ingresso valer.