Crítica: Aniquilação (Netflix)

Aniquilação é um dos lançamentos mais aguardados do ano, principalmente pelos fãs do best-seller – escrito por Jeff VanderMeer – no qual o filme foi inspirado. Apesar de não conhecer o livro e sem querer desqualificá-lo, a adaptação para as telas não funciona muito bem.

É fato que adaptar obras literárias para o cinema é um grande desafio e nesse caso em particular fica ainda mais difícil pela temática de ficção científica da história.

A protagonista da trama é Lena (Natalie Portman), uma bióloga e ex-militar que decide adentrar na Área X, um local atingido por um fenômeno desconhecido chamado “Brilho”, que criou uma espécie de bolha ao redor de toda a superfície. Lena faz parte de uma equipe enviada pelo governo americano para investigar o que existe dentro da área contaminada pelo Brilho.

O que motiva a personagem a embarcar na missão é o fato do marido ter sido o único sobrevivente a voltar de lá, um ano após ser enviado para uma missão com o mesmo propósito. Apesar de ter sido o único a voltar, ele está muito doente e sem memórias do tempo em que passou naquela região.

A premissa da história a torna bastante interessante, mas sua execução no filme não convenceu tanto. O mais maçante é o ritmo desenvolvido na adaptação, que acabou transformando a trama em algo cansativo e tedioso de se assistir.

Outro fator negativo são os personagens que foram rasamente explorados, o que é uma pena já que o elenco foi muito bem escolhido. As talentosas Jennifer Jason Leigh, Tessa Thompson, Gina Rodriguez, Tuva Novotny que interpretam as outras integrantes da expedição ao lado de Natalie Portman, não tiveram a chance de mostrar o todo o potencial que tem, justamente pela superficialidade em que as personagens foram abordadas.

Visualmente falando, criou-se um universo muito bonito dentro da área atingida pelo Brilho. Na trama, o fenômeno causa uma mutação na atmosfera do planeta e isso foi bastante evidenciado através de uma fotografia bastante rica.

O lado científico do fenômeno também foi bem explorado. Em relação a isso, não ficou nada a desejar. Mas o que pesou realmente no produto final foi o ritmo tedioso e a falta de profundidade dada às personagens. A obra, ao que me parece, tem muito mais potencial do que o que foi mostrado no filme.