Este ano parece não estar favorável para o gênero de animação, diferente de 2016 onde foi difícil escolher entre “Anomalisa”, “Moana” e “Zootopia”. Eu já estava sem esperanças de que “Capitão Cueca” pudesse mexer comigo, e não é que fui surpreendida?
A produção adapta os livros de Dav Pilkey e conta a história de Harold e George, dois amigos que estão no ensino fundamental e estudam em uma escola, na qual o diretor Krupp transforma em um espaço insuportável e sem vida. Contudo, as crianças aproveitam o tempo vago para escrever histórias em quadrinhos.
O longa é dirigido por dois quadrinistas que publicaram nove livros da série “As Aventuras do Capitão Cueca” pela Cosac Naify. Na obra, Harold e George criam um clube de quadrinhos e inventam o personagem Capitão Cueca. A animação esconde uma crítica social ao atual presidente dos EUA, Donald Trump, e ainda traz outro tema relevante para discussão que é inserir as aulas de artes no sistema educacional, ressaltando a importância de manter os alunos motivados a estudar e desenvolverem suas habilidades. Outra questão que também foi abordada, é a da amizade entre as duas crianças, que constroem uma relação cativante.
A Dreamworks Animation foi responsável por grandes sucessos como “Shrek” (2001), “Como Treinar seu Dragão” (2010) e “Kung Fu Panda” (2008), fazendo um comparativo é possível perceber grandes diferenças no estilo das animações. Enquanto os outros optam por olhos grandes e expressivos aos personagens em gerais, esse filme se assemelha ao “Snoopy e Charlie Brown: Peanuts, O Filme”, que troca os olhos grandes por algo mais singelo, fazendo um diálogo com a obra original, mas que mesmo assim consegue trazer muita emoção à tela. “As Aventuras do Capitão Cueca” parecia ser uma produção com orçamento inferior as citadas, porém ela soube se sair muito bem incrementando, com ótimos recursos, como o uso constante da quebra da quarta parede.
“As Aventuras do Capitão Cueca” peca um pouco por seu ritmo acelerado que dificulta o espectador a digerir os acontecimentos, mas de certa forma, parece dialogar muito bem com a nova geração, conseguindopassar para as crianças de forma ágil a sua mensagem.