Chegou o grande momento de falar sobre “Aves de Rapina” um filme que deixou os fãs inseguros desde quando foi anunciado, eles temiam a dinâmica do grupo, se as referências dos quadrinhos iam ser usadas, o vilão e muitas dúvidas se passavam na cabeça dos Dcnautas (grupo de fãs da DC).

Atenção mulherada, a boa notícia é que este filme é para vocês! Começando pela Arlequina (Margot Robbie) que após o término do seu relacionamento com o Coringa, ela se sente desprotegida, pois o seu respeito em Gotham era concedido por ser vista como “namorada do Príncipe Palhaço do Crime” o que é uma realidade comum há muitas mulheres que se tornam sombra em seu próprio relacionamento. A atuação da Margot Robbie é sensacional, ela desenvolve toda a insanidade e carisma da personagem, a semelhança física nos aproximar ainda mais, sem contar que os figurinos que você fica com vontade de usar em todos os bloquinhos de carnaval e eventos geeks que estão por vim.

Crítica: Aves de Rapina

Quando Arlequina começa a querer enfrentar o mundo, o seu caminho se cruza com Canário Negro (Jurnee Smollett-Bell) que a defende de uma situação conturbada em um belo ato de sororidade. Canário também tem um “boy lixo” em sua vida que é o vilão Máscara Negra (Ewan McGregor), que por ele ter tirado ela das ruas, ela se sente em pendência com ele, portanto temos aqui mais uma mulher que é vítima de uma situação tóxica por causa de um homem.

A vizinha de Canário, a fofa Cassandra Cain (Ella Jay Basco), vive em uma família conturbada e o seu refúgio ou uma forma de chamar atenção é pegar aquilo que não é seu, ou melhor, ela rouba de um jeito meio peculiar e com isso ela acaba furtando algo importante para o Máscara Negra e passa a ser perseguida pelo vilão. Ela é uma garota que parece indefesa, mas que na verdade já é muito dona de si e acaba fazendo uma parceria improvável com a Arlequina.

E é claro que uma policial precisaria entrar na história para investigar esse caos em Gotham e é aqui que entra a competente Renee Montoya (Rosie Perez), que apesar de ser muito inteligente ela sabe que o crédito dos casos resolvidos nunca será dela. Afinal essa é uma realidade comum em diversas empresas, onde muitos homens levam o crédito por um trabalho árduo de uma mulher. Essa é mais uma situação que deverá representar muitas mulheres ao assistirem o longa.

Para completar a equipe temos a caçadora (Mary Elizabeth Winstead), que tem a sua história brevemente contada e acaba levando ao encontro de todas as garotas. As suas motivações são as que mais se destoam do restante da equipe, no entanto, no terceiro ato ela tomou para si a luta de Arlequina, Canário, Renee e Cassandra.

Crítica: Aves de Rapina

O roteiro de Christina Hodson se apoia em uma história simples e nas próprias idas e vindas da cabeça da anti-heroína, é frenético. Aqui não é permitido o politicamente correto, o texto ressalta a força da mulher em atitudes motivadas por outra ou por ela mesma. Sutilmente a história fala sobre abuso psicológico e físico, também aborda a soberania masculina e o quanto as mulheres precisam se unir independente de suas personalidades e trajetórias distintas.

A fotografia é alucinante e casa com a estética dos quadrinhos e com a proposta do filme, assim como a trilha sonora que se encaixa muito bem. A arte é bem construída e os figurinos são daquele jeito que a gente gosta – fiel aos quadrinhos e sem apelo sexual!

Em sua excentricidade, Margot Robbie e a diretora Cathy Yan nos presentearam com um material empoderado por um grupo de mulheres completamente diferentes se unindo com um objetivo em comum, e isso é de dar orgasmo em qualquer mulher que sente o girlpower exalar nas telas.

Trailer: