Crítica: A Batalha do Planeta dos Macacos (1973)

A Batalha do Planeta dos Macacos foi gravado no ano seguinte de “A Conquista do Planeta dos Macacos”, o filme é contado como um flashback do ano de 2670 e narra o conflito entre os humanos e os macacos.

A história começa recapitulando os fatos dos filmes anteriores, trazendo apenas uma diferença, eles não estão nisso em lados opostos, os macacos estão tentando viver em sociedade com os humanos e cada um tenta realizar as suas tarefas, mas existem algumas hierarquias conflituosas. César (Roddy McDowall) é tido com um rei e todos o respeitam, tanto os humanos quantos os macacos, tudo corria bem até haver um desentendimento durante uma aula em que o professor humano tentar ensinar para os macacos a escrever e é confrontado por Aldo (Claude Akins) que não aceita o convívio com os humanos.

Seguindo no filme, MacDonald (Austin Stoker) informa que César pode ter acesso a arquivos de seu pai Cornelius (Roddy McDowall) e sua mãe Zira (Kim Hunter) que podem o ajudar a entender sobre o seu futuro, logo ele não pensa duas vezes e embarca junto com Donald e Virgil (Paul Williams). Ao chegar no local o filme perde um pouco de seu ritmo e se torna cansativo, enquanto os humanos que habitam essa região não estão muito animados com a chegada do trio, sem contar que o ambiente ainda está coberto por radiação, portanto eles precisam ser rápidos na busca por essas informações.

Toda a trama gira em torna da tentativa de César em construir um futuro melhor visando a paz entre humanos e macacos, lembrando muito o filme “Planeta dos Macacos: O Confronto”, apesar de enfrentar a ira de sua própria raça, César segue acreditando que possam viver em comunhão, assim como seus pais viveram, ou melhor, tentaram viver.

A fotografia não foge muito do tom do filme anterior, com os mesmos tipos de ritmos, enquadramentos e planos sendo elaborados e usados ao longo da história de César, entretanto existe uma certa diferença nas cores escolhidas para o ambiente dos símios e dos humanos, pois enquanto o dos símios é bem pensado e usa-se cores mais vivas e fortes, no dos humanos falta requinte e planejamento, com cenas extremamente acinzentadas, escuras e sem muita criatividade, mostrando-se um certo descaso com a estrutura do longa.

A arte desse novo capítulo volta a apresentar uma boa técnica para maquiagem e efeitos dos vários chimpanzés e gorilas da história, além de desenvolver diferenciados figurinos que aliás percebe-se haver forte inspiração nos estilos propostos nos primeiros filmes da saga. Já os cenários são bem desenvolvidos na Cidade dos Macacos, no entanto, falta dedicação e criatividade ao demonstrar o visual da cidade subterrânea dos humanos afetados pela radiação nuclear.

J. Lee Thompson segue na direção, porém nos oferece uma história confusa e com ausência de um final épico conforme prometido, mas ainda assim ele deixa o legado do César, um personagem que torna-se o grande protagonista da franquia.