Meu primeiro contato com “Bird Box” foi através do livro que foi um enorme sucesso em 2014 e eu finalizei em apenas dois dias, de tão intrigante que a história era. Ao saber que o mesmo seria adaptado para a Netflix, fiquei apreensiva, mas logo meu coração se acalmou quando soube que Sandra Bullock seria a protagonista, afinal ela é uma excelente atriz.

O filme conta a história de uma força misteriosa que dizimou a população mundial. Para os sobreviventes, uma coisa é certa: quem olhar, morre. Na busca do último refúgio existente, Malorie (Sandra Bullock) e os seus dois filhos terão de descer um rio traiçoeiro. E a única chance de escaparem da morte é encarar a perigosíssima jornada de olhos vendados. Ao enfrentar o desconhecido, Malorie encontra amor, esperança e um novo começo a ser descoberto.

Crítica: Bird Box

A palavra “adaptação” costuma ser um grande temor para os leitores assíduos, que ficam com diversos receios dos caminhos que o longa pode tomar e se divergir da obra mãe. No livro de Josh Malerman há a exploração do medo, desconfiança, empatia e toda a história se alterna entre o presente e o passado, tudo isso em forma de terror psicológico que garante a tensão do início ao fim e, felizmente o mesmo acontece com o filme.

Nós não descobrimos ao certo o que é esse mal que se espalhou pelo mundo inteiro e ainda “seduz” as pessoas em seus pesadelos para que elas se matem. Para fugir disso é preciso se isolar de tudo e ao sair de casa é necessário vendar os olhos e se guiar apenas com o tato, portanto tentar sobreviver não é uma tarefa fácil, ainda mais quando esse cenário assustador ainda exige a convivência com pessoas e isso é uma das coisas mais complicadas da humanidade…

Com uma narrativa não linear – assim como no livro – Malorie aparece em várias linhas temporais, mas o foco maior fica nos conflitos de convivência com um grupo de pessoas formadas por Douglas (John Malkovich), Olympia (Danielle Macdonald), Tom (Trevante Rhodes), Sheryl (Jacki Weaver), Charlie (Lil Rel Howery) e Lucy (Rosa Salazar), cada um com uma personalidade diferente, mas que precisam entrar em um consenso para tomar qualquer decisão referente a sobrevivência coletiva.

A situação de Malorie é ainda mais complicada, pois ela está grávida e precisa lutar por sua vida e pela a da criança, mas mesmo assim ela segue sendo a fortaleza da casa, uma mulher destemida e que luta com unhas e dentes para proteger seus filhos.

Crítica: Bird Box

O filme dirigido por Susanne Bier tem sentimentos fortes envolvendo a maternidade, um tema complexo, mas que graças a entrega de Sandra Bullock, é completamente emocionalmente de assistir. Malorie é uma mulher fechada, reclusa e que sente dificuldade de expressar seus sentimentos, portanto ela sempre precisa de um contraponto mais sentimental que é feito pela sua irmã Jessica Shannon (Sarah Paulson) e mais tarde, por Tom (Trevante Rhodes).

As crianças, Julian Edwards e Vivien Lyra Blair, acrescentam muito na história porque são o despertar de um sentimento de quem quase não tem mais esperança, a garota  principalmente tem cenas de deixar nossos olhos marejados.

“Bird Box” é um filme que trabalha as relações humanas, e passa uma forte mensagem sobre amor, afinal por mais difícil que a situação esteja, são as atitudes humanas e um simples olhar para o próximo que fazem a diferença.


Trailer: