Crítica: Crashing – Netflix

No primeiro episódio de ‘Crashing’ somos apresentados a rotina do casal Kate (Louise Ford) e Anthony (Damien Molony) que moram em um hospital no intuito de pouparem dinheiro, ambos dividem o espaço com outros amigos, Sam (Jonathan Bailey), Melody (Julie Dray) e Fred (Amit Shah) que vão sendo introduzidos no decorrer dos vinte e três minutos. Nada de surpreendente parece acontecer até a chegada de Lulu (Phoebe Waller-Bridge), uma amiga de Anthony que vai se instalar no hospital por um tempo e mudar a rotina do casal.

Em um segundo momento criamos mais intimidade com os demais personagens, principalmente Sam e Fred, ao mesmo tempo em que acompanhamos a inquietação de Kate com a presença de Lulu, pois além de fazer parte do local onde mora, agora elas trabalham na mesma empresa, e essa convivência diária irá mexer com os ânimos da moça.

Apesar de Kate ter arrumado o emprego para Lulu e ter permitido que ela ficasse em sua casa, tal atitude se deu pelo fato dela tentar mostrar para todos que era segura de si e uma boa namorada, mas a falta de limites de Lulu e a conexão que ela tem com Anthony faz Kate repensar sobre a sua decisão, por fim o jantar indiano que Anthony realiza apenas confirma a sua teoria. Paralelo a isso, a presença do convidado ilustre para o jantar, o suposto namorado de Fred, não deixa Sam tão feliz, pois ele parece ter uma paixão platônica pelo rapaz.

O tom da trama muda ao receberem uma notificação de despejo e todos passam a seguir em busca de seus próprios destinos, com direito a algumas reviravoltas, sendo que ao final parte das histórias são fechadas, contudo, algumas pontas soltas permanecem dando oportunidade para uma continuação.

A série é uma produção original da Netflix e que também foi exibida no Channel 4 da Inglaterra, sendo que ao todo possui seis episódios em sua primeira temporada e conta a história de seis pessoas que estão desiludidas com a vida, vivendo de uma forma peculiar e econômica, cada um inserido no contexto do outro, com a privacidade invadida e com todos os sentimentos: amizade, amor, ódio e afins, a flor da pele. O foco será no triângulo amoroso composto por Lulu, Anthony e Kate, mas quem rouba a cena são os coadjuvantes, Melody, Sam e Fred que vão protagonizar cenas de um humor ácido tipicamente britânico, misturado com diálogos ágeis e incisivos.

‘Crashing’ é uma série britânica com temática jovem, assim como ‘Crazyhead’ e, apesar de abordagens diferentes, ‘Crashing’ tem mais facilidade na hora de dialogar com o público teen, mesmo que por ora careça de um tom mais maduro, ainda irá agradar muita gente, principalmente se você se identificar com os personagens.