Ao navegar no catálogo do Netflix para escolher um seriado novo para assistir, optei por “Crazyhead” sem a menor expectativa e/ou explicação, mas, posso dizer que não me arrependo e vou compartilhar os motivos com vocês ao longo dessa crítica.
A história gira em torno de duas garotas Amy (Cara Theobold) e Raquel (Susan Wokoma) que se tornam amigas por suas habilidades “caçadoras de demônios”, pois no mundo real elas convivem com demônios que podem ser o seu dentista, o seu melhor amigo ou a pessoa que as cumprimenta todos os dias no parque, no entanto, diferente das pessoas comuns, elas conseguem identificar quem na verdade está possuída por essas criaturas. A série possui muitas referências a Buffy: A Caça-Vampiros, e na estética de Misfits com Co-produção da Channel 4, e parceira do Netflix, o seriado foi exibido primeiramente no canal E4, na Inglaterra, em outubro, para somente ganhar distribuição mundial via streaming em dezembro de 2016, com seis episódios misturando drama, horror e comédia.
Um dos pontos fortes aqui é o sexo feminino, muito bem representado não apenas fisicamente, mas através de seus personagens reais com atitudes marcantes. A produção ainda firma a percepção de que quando existe química entre as protagonistas é quase garantido uma boa receptividade do público, Amy e Raquel transparecem uma relação de amizade que vai fazer com que se divirta e muito.
Além delas o elenco parece estar em sintonia e todos preocupados em transparecer bem os seus respectivos papéis sabendo-se que eles tem que dosar entre humor negro e uma certa “seriedade” para contar a história, porém todos fazem isso muito bem. O apaixonado pelo Amy, Jake (Lewis Reeves) é muito engraçado e cúmplice das meninas sem ter nenhuma característica especial ele consegue se incluir nas missões das garotas e ser tornar responsável pela maioria das minhas risadas, Tyler (Arinze Kene), o irmão da Raquel precisa ser colocado de fora da história de certa forma, apesar disso, ele sabe o que tem que fazer durante suas aparições.
A série me ganhou logo no primeiro episódio por ser despretensiosa, ter um roteiro organizado que fecha todas as lacunas sem ficar se explicando demais, por mais previsíveis que sejam as reviravoltas.
No quesito direção de arte e fotografia não temos nada de espetacular, mas, também não deixam a desejar, no geral apresentam um visual descolado, os figurinos conseguem dizer muito dos personagens, mas ainda não há muita ousadia.
A trilha sonora é muito é espirituosa assim como, todo o seriado que apresenta um ótimo material para ser conferido numa tarde de domingo, com um delicioso balde de pipoca e uma boa companhia.
Crazyhead é leve, organizada, com boas referências, elenco carismático e possivelmente será renovada para uma próxima temporada.