Crítica: As Crônicas de Nárnia – A Viagem do Peregrino da Alvorada

É preciso ser criança para entrar em Nárnia. E não me refiro unicamente aos personagens da saga, mas também ao público que assiste ao filme. É preciso deixar aflorar a criança dentro de si, acreditar em magia e se deixar envolver por um universo de fantasias para adentrar no mundo de Nárnia.

Em As Crônicas de Nárnia – A Viagem do Peregrino da Alvorada, o terceiro filme da saga, os irmãos mais velhos Susana (Anna Popplewell) e Pedro (William Moseley) já estão crescidos demais para retornar à Nárnia, assim, apenas os caçulas Lucia (Georgie Henley) e Edmundo (Skandar Keynes) são convocados para embarcar em uma nova aventura. O primo Eustáquio (Will Poulter), personagem introduzido nesse terceiro filme, acaba se juntando a eles.

Eustáquio é um garoto implicante e encrenqueiro, ele acredita que Nárnia é apenas uma invenção de Lucia e Pedro. Tudo começa a mudar quando os três são puxados por um quadro na parede a vão parar nos oceanos de Nárnia.

Os três são tirados da água pelo Rei Caspian (Ben Barnes) que navegava a bordo do navio Peregrino da Alvorada. Logo, Lucia, Pedro e Eustáquio se unem a tripulação.

Inicialmente tudo está em paz em Nárnia, Lucia e Pedro ficam sem entender o motivo de terem sido levados de volta àquela terra. A trama começa a tomar outro rumo quando os garotos e o rei Caspian descobrem que pessoas têm sido oferecidas como sacrifício e são levadas por uma estranha névoa verde a um lugar misterioso.

Os heróis partem então em uma aventura pelos mares, a fim de descobrir o que está acontecendo de fato e assim, se livrar da ameaça trazida pela névoa.

Adaptar histórias de livros para as telas dos cinemas é, de fato, bastante trabalhosa e arriscada, os dois primeiros filme da saga, por exemplo, não atingiram o sucesso esperado e a Disney acabou vendendo os direitos de distribuição à Fox que deu continuidade com esse terceiro longa.

Apesar dessa troca, inclusive de diretor – Michael Apted assumiu o cargo – a adaptação cometeu alguns dos mesmos deslizes já vistos anteriormente, como o roteiro fraco e com personagens superficialmente explorados.

Os conflitos internos de Lucia e Edmundo continuam presentes. Lucia sonha em ser como a irmã Susana, Edmundo parece ter pressa em crescer e não tolera ser tratado como criança. Durante a trama, ambos os personagens conseguem superar tais conflitos com a ajuda de Aslan.

 

 

 

 

 

 
As aparições de Aslan, inclusive, são sempre bem características. Ele aparece sempre para dar conselhos e ensinamentos que trazem inspiração e aparentemente tentam servir de lição também para quem assiste.

Em relação aos efeitos especiais não há muito o que elogiar, tirando Aslan e o roedor Ripchip – personagens computadorizados presentes no longa – que tiveram uma construção bem feita e convincente, essa questão dos efeitos deixa um pouco a desejar, principalmente ao retratar a névoa verde e na tomada da batalha em uma das cenas finais.

Ao que parece, a saga ganhará um próximo filme, baseado no livro “A Cadeira de Prata“. Isso mostra que apesar das falhas cometidas nas adaptações já lançadas, os estúdios veem potencial nas histórias do criador C. S. Lewis. O que não é de se estranhar, afinal “As Crônicas de Nárnia” é considerado um clássico da fantasia juvenil, tendo mais de 120 milhões de exemplares vendidos.