Crítica: De Repente Uma Família

O ato ou efeito de adotar alguém é uma das atitudes mais nobres que o ser humano pode ter, pois a partir do momento que a pessoa se submete ao processo de adoção ela aceita assumir uma relação de filiação sem laço biológico. Partindo dessa premissa, o filme “De Repente uma Família” chega aos cinemas na próxima quinta-feira (29), para falar de uma história real de um casal que passa por todo esse lindo e complexo processo de adoção.

Na história, o jovem casal Pete (Mark Wahlberg) e Ellie (Rose Byrne) decide adotar uma criança, e buscam uma feira destinada a proporcionar encontros entre adultos e jovens sem lar. O casal se apaixona pela pré-adolescente Lizzy (Isabela Moner), uma garota de temperamento forte, mas que conquista o casal. No entanto, Lizzie tem dois irmãos menores, que se mudam junto com ela. Logo, Pete e Ellie se veem com três crianças barulhentas e indisciplinadas, que alteram as suas vidas por completo.

Crítica: De Repente Uma Família

Como o filme trata a complexidade do tema adoção?

O roteirista Sean Anders – que também dirigi o filme – opta por contar a história de uma forma descontraída, mas isso não significa que não tenha cenas que emocionem, o estilo leve que acompanha quase duas horas de história traz um brilho a mais para a trama.

Adotar alguém através do processo exposto no filme partiu de uma brincadeira entre o casal Pete (Wahlberg) que plantou uma sementinha na cabeça de Ellie (Bryne), que mais tarde resolveu pesquisar com mais afinco sobre o assunto através da internet, sendo que quanto mais ela pesquisava, mais ficava comovida com as histórias, até que finalmente, junto de seu marido, decidem buscar por um lar adotivo, cruzando por uma instituição gerida por (Otcavia Spencer) e (Tig Notaro).

Após participarem de uma palestra para conhecer sobre o processo de adoção, o casal é submetido a um curso de três semanas e por fim, vão até uma feira de adoção na qual finalmente podem escolher a criança ou crianças, que desejam adotar. A adoção de Lizzie (Moner) e seus irmãos não é concedida logo de primeira, logo os jovens e os novos pais passam por um período de adaptação com os seus novos pais e por fim sujeitadas à uma audiência de custódia em que o juiz ouve os dois lados e toma a sua decisão.

Uma breve pincelada sobre o elenco do filme:

Além da história ser contada de forma leve, o elenco principal e o de apoio funcionam muito bem. Rose Bryne que vive a “futura” mãe das crianças, é uma comediante nata, mas também consegue transparecer as suas emoções quando é exigido pelo roteiro. Mark Wahlberg cumpre o seu papel e volta a dividir cena com a Isabela Moner, convencendo na dinâmica pai e filha. Octavia Spencer e Tig Notaro são outro ponto de leveza para o filme, pois são muito engraçadas juntas, assim como os dois irmãos de Lizzie (Moner).

Crítica: De Repente Uma Família

Quais são as reflexões que o filme proporciona?

Através dos personagens carismáticos conseguimos conhecer os dois lados da moeda e que nem tudo são flores quando você escolhe adotar alguém, trata-se de uma decisão muito importante, pois mesmo você não tendo um vínculo de sangue com aquela criança, terá que se responsabilizar por ela, exercendo o papel de pai e mãe. Outra questão muito relevante que o filme aborda é sobre o abandono dos adolescentes nos lares adotivos porque a maioria das famílias opta por adotar bebês ou crianças pequenas para moldá-los desde os primeiros anos de vida, enquanto os mais velhos de certa forma já carregam uma visão de mundo em suas costas, sendo esse o caso de Lizzie.

A decisão do casal de adotar o trio e querer se tornar uma família é recheada de desafios, mas o suporte do lar concedido pelas personagens de Spencer e Notaro é muito significativo para que eles possam superar todos os conflitos que emergem junto dessa escolha.

“De Repente uma Família” apresenta as dificuldades do processo de adoção, enfatiza os desafios dessa escolha, mas também mostra que o maior aliado para vencer essas adversidades é o amor.


Trailer: