Em 1974, o filme “Desejo de Matar” foi estrelado por Charles Bronson que interpretava um arquiteto cujo sua mulher e filha acabam sendo vítimas de uma invasão domiciliar e ele decide sair em busca de vingança. Após 44 anos, é realizado um remake pelo diretor Eli Roth conhecido por seus filmes do gênero de terror como: “Cabana do Inferno” (2002) “O Albergue” (2005), “Canibais” (2013), e muitos outros. Roth é muito talentoso, mas os seus filmes não são para todo mundo, tanto que “Desejo de Matar” teve a sua classificação sugerida para maiores de 18 anos.

Crítica: Desejo de Matar

A trama relata a história de Paul (Bruce Willis) que, após ter sua casa invadida e sua esposa Lucy (Elisabeth Shue) assassinada por bandidos, ele passa a acompanhar a polícia nas investigações para capturar os criminosos. No entanto, em poucos dias ele percebe que a polícia jamais encontrará os assassinos, e sem opções, ele terá que se aventurar por caminhos obscuros em uma jornada em busca de justiça.

No início, a família é representada como a típica americana classe A, com um marido que é médico, uma esposa que cuida da casa e uma filha que foi aprovada na faculdade de Nova York e ainda é uma ótima atleta. O filme se ambienta bem com os personagens para que você possa sentir apreço por eles, e a família em si acaba funcionando muito bem. Bruce Willis dá vida a Paul, um cirurgião que recebe um chamado do hospital em que trabalha no dia de seu aniversário e não exita e atender, enquanto ele sai, sua esposa interpretada pela Elisabeth Shue e a sua filha, vivida pela belíssima Camila Morrone, preparam uma surpresa para o médico, porém são surpreendidas por três ladrões. Com a esposa morta, e a filha no hospital e a violência em números alarmantes na cidade de Chicago, Paul não pensa duas vezes em fazer justiça com as próprias mãos e é apelidado como o Anjo da Morte de Chicago, tornando-se uma espécie de justiceiro, ou seja, ele é alguém que começa a defender a população de alguns crimes e também tem interesse em resolver o seu caso e concretizar a sua vingança.

A fotografia da produção trabalha com tons diferentes para cada ambiente, seja no hospital, local onde o protagonista trabalha ou dentro da casa dele em seus momentos em família. Já as cenas de morte lembram os outros filmes do diretor, seguindo uma atmosfera parecida com o seu estilo peculiar em abordar a vítima com um visual bem sanguinário, mas fora a isso, não é possível perceber grandes inovações na construção de cenas, enquadramentos e até no ritmo, seguindo sempre um caminho confortável e comum.

Já em sua direção de arte temos figurinos comuns, entretanto ela valoriza bem os conceitos do protagonista, inserindo um visual composto de uma camisa com capuz para as cenas violentas, dando assim um forte caráter de vigilante para o personagem. Além disso há uma boa montagem dos cenários, sempre trabalhando junto da fotografia, inserindo o clima essencial para cada núcleo do filme.

Crítica: Desejo de Matar

Acompanhar a jornada de um homem motivado pela sede de vingança por alguém ter mexido com a sua família é algo que já vimos muitas vezes no cinema, a diferença é que o protagonista da vez não é um ex-agente, nem um ex-policial, portanto ele precisa aprender tudo do zero, inclusive a usar uma arma e as ferramentas que ele usa para aprender são  vídeos no Youtube, o que acaba tornando a jornada do personagem mais interessante de se acompanhar.

Desejo de Matar conta com algumas boas doses de sangue, mas não se difere muito do material original, porém o mais importante é que o longa se atualiza, o seu elenco flui bem e a história faz você refletir bastante sobre o papel da polícia na sociedade e o conceito de justiça diante de situações extremas e que fogem do controle.


Trailer: