“Downtown Abbey – O Filme” começa após o encerramento do último episódio da série homônima, preservando o glamour e a identidade da história ambientada no início do século XX, no interior da Inglaterra tendo agora o seu desfecho definitivo que poderá ser visto nas telonas.

A história é simples e narra toda a movimentação que acontece para que a família Crawley possa receber o Rei e Rainha da Inglaterra, que irão passar pelas mediações da morada da  família e pretendem se hospedar em seu casarão. Preparem-se para muita etiqueta, prataria e requinte que enfatizam a nobreza desses ingleses.

Um ponto extremamente interessante, é que foi dada voz aos prestadores de serviço da residência, desde o mordomo, ao cozinheiro, auxiliares, motorista, ou seja, todos aqueles que movem a rotina da casa e que também estavam empolgados para servir a realeza, até que recebem a notícia de que não serão eles quem vão prestar os serviços para o rei e rainha. Como será que eles vão lidar com o fato de terem sido colocados de escanteio?

Crítica: Downton Abbey - O Filme

A roteirista Julian Fellowes se preocupa em ambientar até mesmo aqueles que não tiveram contato com a série, por mais que estes obras de época tenho a fluidez mais lenta, aqui ela apresenta os personagens que são muitos pincelando e fazendo com que o espectador se interesse por eles como o Lorde Grantham (Hugh Boneville) e sua mulher Cora (Elizabeth McGovern), as filhas do casal, Mary (Michelle Dockery) e Edith (Laura Carmichael) que tem personalidades complementares, o genro Tom Branson (Allen Leech), e, óbvio, a mãe do lorde, Violet (Maggie Smith), quanto os do andar de baixo (os serviçais), como o atual mordomo, Thomas Barrow (Robert James-Collier), as cozinheiras Sra. Patmore (Lesley Nicol) e Daisy (Sophie McShera), a governanta Sra. Hughes (Phyllis Logan) e até o aposentado Sr. Carson (Jim Carter), a classe média representada por Isobel Crawley (Penelope Wilton).

Ainda sobre o roteiro as mulheres no texto estão pensando à frente do seu tempo, são boas condutoras e estão se adaptando as mudanças e quando o marido está ausente elas tomam as rédeas da gestão de Downtown como é o caso de Lady Mary Crawley, o filme apesar de se tratar de um drama de época apresenta assuntos que estamos discutindo até hoje como, conflitos de classe, relacionamento entre pessoas do mesmo sexo nos fazendo refletir o quanto estamos retrógrados porque essas pautas são frequentes na sociedade atual.

Cardápio, vestuário, bons modos e prataria polida foram cuidados como manda o figurino, figurino este que está excepcional e toda a arte tanto do filme quanto da série é um trabalho brilhante, ambientando a quem assiste para as vestes e os costumes da época, o casarão “Downton Abbey” é tratado como se fosse um personagem a mais na história porque ele é repleto de detalhes e história em cada cômodo.

Por fim, se você gosta de um drama de época é uma boa pedida para você mesmo que não tenha assistido a série, a produção tem momentos pontuais dentro da família que são uma aula de construção dramática, e também terá pitadas de humor negro protagonizadas majestosamente por Maggie Smith que é o grande destaque, proporcionando uma experiência deleitante aos olhos e ouvidos.

Trailer: