Crítica: O Esquadrão Suicida

“Bem-vindos ao Inferno – também conhecido como Bell Reve, à prisão com o maior índice de mortalidade dos Estados Unidos, onde os piores super-vilões são mantidos e onde farão qualquer coisa para escapar – até mesmo se juntar ao super-secreto e super-duvidoso grupo Força-Tarefa X.”

A missão suicida de hoje? Juntar um grupo de golpistas, incluindo Sanguinário (Idris Elba), Pacificador (John Cena), Capitão Bumerangue (Jai Courtney), Caça-Ratos 2 (Daniela Melchior), Savant (Michael Rooker), Tubarão Rei (Sylvester Stallone), Blackguard (Pete Davidson), Dardo e a psicopata preferida de todos, Arlequina. Então os arme com força e os jogue (literalmente) na remota ilha recheada de inimigos de Corto Maltese.

A sinopse de Esquadrão se tratava de um prelúdio do que estava por vir, a premissa é simples, mas a execução é o que posso chamar de um pouco diferente do que estamos acostumados a assistir no quesito de filme de super-heróis, logo no começo do filme somos apresentados a sua proposta e fica a critério do expectador compra ou não e garanto que se você compra a ideia será uma experiência muito divertida.

O filme foge do convencional, e a sua desenvoltura se aproxima dos quadrinhos e capta a essência dos seus personagens, devido a algumas escolhas, alguns personagens não chegam a ser desenvolvidos, o que não é um problema, pois faz todo o sentido com a proposição. A DC vem flertando com a mudança há um tempo, Mulher-Maravilha (2017) deu um start positivo, o filme elogiado pelos críticos e abraçado pelo público sob os olhos da competente Patty Jenkins fez até com que a Marvel se coçasse para fazer o primeiro filme de heroína Capitã Marvel (2019), o que deveria ter sido da Viúva Negra a principio, mas isso já é outro assunto…

Seguindo com a DC, no ano seguinte tivemos Aquaman que também foi bem recepcionado, o diretor James Wan acertou a mão no sentido fidelidade aos quadrinhos, na sequência Shazam (2019) um herói com gostinho de sessão da tarde, pelas mãos do diretor David Sandberg se tornou mais um acerto. Em 2019, Coringa (2019) o diretor Todd Phillips trouxe um filme fora da caixa e é claro que o mérito aqui não foi apenas dele o ator Joaquin Phoenix recebeu dois Globo de Ouro e quatro indicações ao Oscar, vencendo como melhor ator na cerimônia de 2020 por sua atuação em Coringa.

E o mais recente, Aves de Rapina: Arlequina e Sua Emancipação Fantabulosa a Margot Robbie e a diretora Cathy Yan nos presentearam com um material empoderado por um grupo de mulheres completamente diferentes se unindo com um objetivo em comum e por fim não menos importante Esquadrão Suicida (2021) mantém o legado que a DC tem construído?

A resposta é sim! James Gunn é um diretor que esteve presente em vários gêneros, mas especialmente no terror, seus filmes com cunho B e trash pode se dizer que servem de inspiração para Esquadrão Suicida, ele já tinha um interesse em trabalhar com super-heróis e em Guardiões da Galáxia (2014) expôs seu poder em um dos melhores filmes da Marvel e sabendo desenvolver com louvor todo grupo em questão, além de criaturas inusitadas então, não haveria filme melhor para trabalhar já que aqui temos Sylvester Stallone como Rei Tubarão, Daniela Melchior como Caça-Ratos 2, John Cena como Pacificador, David Dastmalchian como Homem-Bolinha entre outros, um grupo um tanto excêntrico, né?

Ah, preciso contar para vocês os meus personagens favoritos, a Arlequina se tem uma pessoa que nasceu para viver a Arlequina é a Margot Robbie ela entrega na atuação, nas cenas de ação e no âmago do personagem. O bolinha por sua complexidade e mistério, além de ter um ótimo time cômico, o ator David Dastmalchian que já tinha feito parte da DC em Batman: O Cavaleiro das Trevas (2008) e Marvel em Homem-Formiga (2015) no entanto, agora teve o seu momento de brilhar!

Sutilmente é falado de uma questão política em relação ao anti-intervencionismo e a visão estereotipada da América Latina, além disso temos a inserção de Starro que é um alienígena clássico das páginas mais antigas da DC, e ele tem um poder de cura e regeneração avançada e também é de interesse político ter domínio sobre ele para transformar a terra com os seus “esporos” tornando a população refém, o que faz muito sentido com o fato de políticos se interessarem por alienar a população. E isso tudo acontece em meio a violência extrema e acontecimentos despirocados.

Encerro dizendo que Esquadrão Suicida é um traquejo único e que foge do habitual, mas é uma bagunça organizada e divertida. A prova de que há muitas vertentes de filmes de super-heróis a serem explorados, o público quer ser surpreendido e este filme de fato surpreende.