Logo na primeira cena somos apresentados a Ruth, uma jovem atriz em busca de papéis relevantes em programas de TV. Uma mulher cujos esforços sempre terminam em frustrações, almoços à base de fast food e ligações para a família pedindo ajuda com o aluguel.

No auge dos anos 80, a indústria do entretenimento ainda era palco de um forte protagonismo masculino, às mulheres restavam papéis secundários ou a função de ser a bonitona conquistada pelo mocinho.

O momento chave dessa história acontece quando Ruth é convidada à participar de uma seletiva para um novo programa de TV, a descrição do que procuravam, mulheres diferentes e desajustadas…

Com uma ambientação perfeita, do figurino e maquiagem até os cenários, a série GLOW nos transporta para o auge dos anos 80, com direito a uma trilha sonora impecável, portanto prepare-se para escutar clássicos como Van Halen, Cindy Lauper e até Roxette.

O destaque principal fica por conta do roteiro, os diálogos são tão orgânicos quanto as melhores cenas dirigidas por Tarantino, o tom de humor é imprevisível, sempre nos pegando de surpresa e a narrativa, que apesar de nos apresentar os personagens inicialmente na forma de um estereótipo, os desenvolve sutilmente a cada novo episódio. Todos são tão carismáticos, que é impossível não criar algum tipo de vínculo ou identificação com eles.

Criada por Liz Flahive e Carly Mensch, conhecidas por Homeland e Orange is the New Black respectivamente, GLOW na verdade foi um programa que realmente existiu! Produzido originalmente David McLane, o Gorgeous Ladies of Wrestling estreou na TV americana em 1986, o show contava com a performance de atrizes, dançarinas, modelos e dublês, todas em busca de sucesso e um lugar especial no show business.

Prepare-se, pois essa é uma série que se maratona sem perceber, cada final de episódio com um novo gancho que nos deixa ansiosos para saber o que vai vir a seguir. Glow pode não ser uma série fenômeno como “13 reasons why” ou “Stranger Things”, mas é com certeza uma das melhores série da Netflix.