Sabemos que Godzilla tem um legado que começou em 1954 com “Gojira”, produção japonesa da Toho, um filme cheio de ação, efeitos criativos e com críticas aos desastres atômicos em Hiroshima e Nagasaki e que acabou se tornando um gigantesco fenômeno na cultura pop, dando origem ao gênero “Kaiju”.

Desde então o monstro participou de cerca de 32 filmes e inspirou filmes, animes, séries e chegou até a ganhar grandes crossovers como “King Kong vs Godzilla”, entre vários outros.

Em 2014, “Godzilla” retornou aos cinemas em mais uma história com Joe Brody (Bryan Cranston), um físico nuclear que presencia a morte de sua esposa Sandra (Juliete Binoche) em um desastre nuclear na usina em que eles trabalham. Neste ano, entra em cartaz “Godzilla II – O rei dos monstros” dirigido por Michael Dougherty que parece querer atender os pedidos dos fãs e decide inserir vários monstros no universo do Godzilla, ambientando a história na agência criptozoológica, seguindo sua luta de proteção da humanidade conforme monstros de proporções divinas travam uma batalha épica destruindo tudo ao seu redor. Godzilla reemerge das profundezas do pacífico para lutar contra a mariposa gigante Mothra, o pterossauro Rodan, e o seu maior rival, o dragão de três cabeças Rei Ghidorah. Quando esses seres ancestrais, antes consideradas apenas mitos, se erguem novamente, a existência da humanidade fica ameaçada.

Crítica: Godzilla II: Rei dos Monstros

As adições do elenco apesar de serem nomes de peso, se aclimatam e a história não vai muito além do primeiro filme. Na trama, Emma Russell (Vera Farmiga) tem um dos seus filhos mortos num ataque dos monstros e ela fica obcecada pela ORCA, um equipamento que controla essas criaturas e a motivação é que os Titãs (como são chamados) e humanos possam viver em harmonia na terra. Essa sua teoria a torna uma espécie de vilã caricata e quem conhece o trabalho de Farmiga sabe do seu potencial, ficando perceptível que a sua atuação é comprometida devido a um problema de roteiro. Madison Russell (Millie Bobby Brown) é sua filha e acredita nas intenções da mãe até certo ponto, quando ela percebe que as coisas não dão certo e tenta ajudar, mas fica dúbia entre as escolhas da mãe e a sua ligação passada com seu pai Mark Russell (Kyle Chandler) que por sinal não é bem desenvolvida. Quem acaba se destacando mais é Dr. Ishiro Serizawa (Ken Watanabe), o mais convincente do elenco.

O roteiro procura justificar que o retorno desses Titãs está relacionado com o fato da humanidade não estar cuidando do planeta, nos colocando como vilões e os monstros como heróis, o que poderia ser concludente se a abordagem tivesse sido diferente. Há também um excesso de criaturas que são inseridos sem nenhuma explicação prévia, são citados pelo menos 17 deles que devem acordar nos próximos filmes.

“Godzilla II: Rei dos Monstros” é um emarado de cenas de destruição, batalhas sucessivas que nem sempre encaixam na história, a questão familiar é deixada de lado, para dar espaço aos monstros na tela embarcados de um trilha-sonora que pode estimular os fãs, mas depois voltamos ao mesmo blasé do núcleo de humanos se tornando um filme enfadonho, desinteressante e que não consegue ser sustentado nem pelo bom elenco e nem pelos monstros.


Trailer: