Crítica: Halloween 5 – A Vingança de Michael Myers (1989)

Apesar de boas cenas de terror e suspense, “Halloween 5” peca pelo clima arrastado e furos no roteiro.

Após o bom reinicio com “Halloween 4 – O Retorno de Michael Myers”, chega o próximo capítulo “Halloween 5 – A Vingança de Michael Myers”. O filme segue os eventos do longa anterior focando novamente na jovem e perturbada Jamie, que é cada vez mais influenciada pela figura doentia do tio.

Na trama, Jamie (Danielle Harris) perde a fala e desenvolve uma ligação telepática com Michael Myers. O engenhoso Dr. Sam Loomis (Donald Pleasence) percebe isso, e planeja usá-la para finalmente pôr fim à fúria do assassino.

Crítica: Halloween 5 - A Vingança de Michael Myers

Em comparação ao filme anterior esse peca no ritmo inconstante e, apesar de ter um bom início e conclusão que trazem ótimas sequências de terror e suspense, durante boa parte da trama há um persistente clima arrastado e com poucos momentos em que algo realmente relevante acontece.

Além disso, o longa ainda persiste na falta de explicações para a misteriosa conexão entre a Jamie e Myers, além de carecer de um melhor aprofundamento na relação entre Loomis e a jovem, que apesar de ser o foco aqui, não há um desenvolvimento muito elaborado deixado várias pontas soltas na história.

O destaque ficou por conta de Danielle Harris como Jamie e Donald Pleasence como Dr. Sam Loomis, mas quem rouba a cena aqui é a pequena Harris que obtém maior protagonismo onde vemos todo o seu medo e desespero perante a figura de Michael Myers e os transtornos que ela carrega devido à sua conexão misteriosa com o vilão, contudo Pleasence, apesar de boa performance como o homem obcecado por Michael, é notável que em certos momentos o ator já encontra-se desgastado e um pouco cansado do personagem.

A direção de fotografia mantém o estilo da produção anterior, sabendo construir uma certa expectativa e desespero no terror, com bons sustos, contudo em demais momentos a escolha de planos e ângulos de câmera é bastante sistemática e padronizada sem nada a acrescentar para a narrativa.

A direção de arte também segue sem muito destaque ou ousadia, existe, no entanto, duas cenas em especial em que percebe-se um bom uso dos cenários, como na sequência da floresta ou com a velha casa de Myers que se torna palco de um dos momentos mais angustiantes da franquia.

A direção de é bastante problemática, há bons momentos em que direciona bem a atuação de Danielle Harris, além de comandar situações que nos causam forte medo psicológico como no final do filme, mas no geral está repleto de cenas cansativas e arrastadas.

“Halloween 5 – A Vingança de Michael Myers” chegou com a grande promessa de não só manter a qualidade resgatada no filme anterior, como também de servir como um equivalente à “Halloween II – O Pesadelo Continua!”, porém com poucos momentos bons e um roteiro confuso, a franquia começa a decair e apresentar alguns sinais de cansaço.

REVER GERAL
Roteiro
4
Direção
6
Atuações
7
Direção de Arte
6
Direção de Fotografia
7
Nascido em São Joaquim da Barra interior de São Paulo, sou um escritor, cineasta e autor na Cine Mundo, um cinéfilo fã de Spielberg e Guillermo del Toro, viciado em séries, leitor de quadrinhos/mangás e entusiasta de animações.