Em “Inferno” mais uma vez o roteirista David Koepp, o diretor Ron Howard, o compositor Hans Zimmer e o ator Tom Hanks se uniram em uma adaptação de um livro de conspiração de Dan Brown, envolvendo novamente o professor e herói Robert Langdon.
O resultado não saiu como o esperado, Inferno é um filme sem ritmo, com bom argumento, mas que infelizmente peca em um roteiro recheado de furos e explicações desnecessárias, e com atuações esforçadas que não compensam o produto final.
Na história, o professor Robert Langdon (Tom Hanks), é jogado em uma trama de conspiração envolvendo simbolismo e muitos enigmas relacionados à obra literária de Dante Alighieri, “A Divina Comédia”. Dessa vez ele se alia a médica Sienna Brooks (Felicity Jones), juntos eles correm contra o tempo para para sobreviver em meio a organizações misteriosas e muitas perseguições ao redor do planeta para garantir o futuro da humanidade.
O roteiro possui mais erros do que acertos, mas ainda assim é recheado de ótimos argumentos, e um conceito de trama de conspiração bem criativa, rico em material histórico, dotado de enigmas curiosos e sabe explorar alguns coadjuvantes. No entanto inúmeros furos na história e a insistência de se explicar cada pequeno acontecimento com diálogos expositivos, o torna ainda mais cansativo no decorrer de sua história, cheio de repetições e redundâncias, mas que felizmente acerta em algumas subtramas.
O filme possui uma fotografia forçada e batida no tom de sépia, movimentos de câmera vergonhosos cheios de cortes rápidos e uma câmera tremida que não consegue empregar o ritmo esperado dessa história, sendo que em alguns momentos causam até um certo enjoo.
A direção do filme é simples mas segura, sabe explorar bem alguns de seus coadjuvantes como Bertrand Zobrist e Harry Sims, evidenciando a importância desses personagens aos poucos na história, e mostrando que habilidade do diretor em Inferno está nos elementos enigmáticos da trama.
O filme acerta e erra em seu elenco. Omar Sy e Felicity não casam bem com os personagens, Tom Hanks se esforça muito e está a vontade em viver novamente Robert Langdon, mas é nos coadjuvantes e enigmáticos anti-herói e vilão que os atores brilham, como nas performances de Ben Foster, que faz o misterioso vilão Zobrist,e principalmente Irrfan Khan, que parece estar muito à vontade e se divertindo muito no papel de Harry Sims.
A produção está ótima recheada de lindos cenários ao redor do planeta , muito bem capturados em cenas ricas no filme. Os efeitos causam certo desgosto pelo exagero do CGI, além do fato que destoa muito do tom da história.
Tanto a edição e mixagem de som quanto a trilha estão ótimas, dando a maior parte da emoção do filme. As composições instigante e explosiva de Hans Zimmer que consegue trazer um brilho para o longa, mostrando que Zimmer é dos poucos da equipe do filme que está realmente inspirado.
Ao final podemos concluir que esse filme não cumpre suas promessas, não empolga e é cansativo, resta esperar que Ron Howard e sua equipe não mantenha os mesmos defeitos em sua próxima empreitada ao adaptar a saga épica de fantasia e terror “Torre Negra”.