Nolan é um gênio nas artes fotográficas,é incrível como a ideia de tempo e espaço se estabelecem durante o filme ,como se houvesse um horizonte arranhando o céu da boca ,sobre as estrelas e as ordens físicas que são propostas ao decorrer do filme é uma demonstração do quão insignificantes somos ,sem a relutância do tempo somos apenas uma raça cheia de dúvida e com galáxias paralelas que não são ultrapassadas.
Passa por crivos estéticos personalíssimos vinculados à história individual, à visão de mundo, à simples opinião e, não por último, à afinidades, ao gosto de cada um. Não entendo nada de física quântica ou de astronomia, mas gostei do filme. Simplesmente gostei! Gostei da fotografia (meu foco de interesse!), gostei da atuação de alguns atores, gostei do som e, em alguns momentos, da música, do silêncio cósmico.
Mas, compreendo e aceito o fato de muitos não gostarem. Compreendo o fato de não gostarem, inclusive, do que me fez gostar. Isso não tem nada a ver com a pessoa ser menos ou mais inteligente. Tem a ver com gosto. Agora, chato, mas chato mesmo, é essa gente se aproveitar do filme para postar seus “conhecimentos profundos” acerca da ciência, a fim de diminuir ou desvalorizar a pessoa ou sua opinião sobre o filme.
Há pessoas que gostam e que vão gostar de ler aquilo neste espaço. É verdade que as mentes menos especialistas e mais abrangentes, com comentários analíticos (como é o caso do J. Carlos) provocam reflexões e debates amplos e atraentes. Mas, a diversidade também pode ser estimulante.
Sem dúvida alguma Nolan faz para seu ídolo Stanley Kubrick uma homenagem de 2001 uma odisseia no espaço ,mas a obra de Nolan não deve se tirar o mérito de uma super ficção científica ,até mesmo porque em 2001 uma odisseia no espaço trata se apenas do desconhecido em um prólogo metafórico. Interestelar trata se dos extintos humanos e a sobrevivência esvaecida que circunda os valores mínimos dos seres existentes.Apesar da comparação é uma viajem entre a sapiência e a demência assim como 2001 foi considerado em sua época. É difícil não lembrar de Kubrick diante da visão de futuro criada por Nolan. Pode-se dizer até que o futuro de Nolan aqui é mais ambicioso do que o visto em 2001, para um filme de 1968.
Em um futuro onde as produtividades agrícola estão cada vez mais ativa ,devido a falta de comida na região e a super população ,as coisas ficaram um pouco escassas ,fazendo com que todos da ala de fazenda produzi-las,no caso acontecera com o engenheiro espacial Cooper (Matthew McConaughey) ,a população é literalmente forçada para produzir as plantações enquanto a NASA tenta evitar esse transtorno ,fazendo uma terra formação em algum planeta habitável .Ele vive simplesmente, mas se incomoda com o fato da humanidade ter se contentado em sobreviver e esquecido seu lado empreendedor.
O primeiro ato do filme se baseia normalmente em dádivas abrasivas que um ser tende a cometer ,no caso, Nolan atribuiu uma parte humana do personagem e em seguida um declínio do mesmo para a viajem em outra galáxia e assim a “fantasia real” acontece,a fotografia do buraco de minhoca é muito grande ,fazendo com que as imagens sejam reais assim concluindo a teoria do mesmo.
A montagem de Lee Smith merece elogios, principalmente pelo fato de conseguir fazer o filme fluir bem nos momentos mais reflexivos e mesmo contando com quase três horas de duração. A presença de depoimentos logo no início do filme, sugerindo um falso documentário também é interessante, fazendo uma ligação boa com o desfecho.
Muitas vezes o roteiro apresenta um constante silêncio que demonstra o vago conhecimento humano sobre o desconhecido,esse será um alicerce para construir o que é primordial para o ser humano,sim muito parecido com 2001,porém as peculiaridades estão voltadas na arte minuciosa que é claramente postas no universo ,o buraco negro por exemplo ,representa ao extremo como é a condução do meio físico a outro meio físico ,como um atalho de galáxias,brilhante.O robô é uma referencia fria do monólito de 2001 ,a credibilidade de interestelar está no alcance máximo.
Apesar da retratação científica ,não é uma obra de fundamentos e fardada ao empírico,o universo onírico,a narrativa ,o sentimento é muito bem fundamentado .A arte do filme a narrativa devota ,o filme oferece algumas cenas realmente emocionantes. Super excessivo a indulgencia e fiel as características trash movies. Excelente.
Interstellar (no original) aborda temas como o desperdício, abandono, solidão e desespero.