Se no primeiro filme tínhamos um clássico com uma direção exemplar, que permitiu que o longa envelhecesse bem e perpetuasse sua mensagem positiva acerca das relações familiares, aqui em Jurassic Park 2, há apenas uma tentativa mal sucedida de repetir a mesma fórmula.

A história mostra John Hammond (Richard Attenborough) alguns anos após os acontecimentos de “O Parque dos dinossauros”. Agora ele criou uma ilha isolada para os dinossauros viverem em paz sem terem contato com os humanos, no entanto há interesses econômicos de outras empresas visando colocar os animais expostos em Zoológicos, e para evitar outra catástrofe, John reúne uma equipe visando ir até a ilha fotografar as criaturas e ajudar na devesa de sua causa ecológica. Um dos convidados é o próprio matemático Ian Malcolm (Jeff Goldblum) do primeiro longa, ele se vê obrigado a aceitar a proposta quando descobre que sua namorada Sarah (Julianne Moore) já está no projeto. Os problemas começam quando a filha de Ian embarca escondida no navio, e uma empresa ataca o local tentando capturar alguns dinossauros.

O primeiro problema está na tentativa pífia de criar um núcleo familiar entre Ian, sua filha e Sarah. A questão aqui é que os personagens são mal aproveitados, além de não haver química nenhuma nas relações, o que torna a vida deles tão relevante quanto a de um figurante sendo quase impossível ter empatia.

Os efeitos especiais estão melhores e isso ajuda no clima das cenas mais violentas e viscerais, cenas essas que são até superiores ao primeiro filme, trazendo um novo leque de ambientações e circunstâncias difíceis a serem enfrentadas, mas infelizmente ainda há um prejuízo causado pelos personagens desinteressantes.

Falando em personagens, entramos no desempenho dos atores que tem seu auge na simpática Sarah interpretada por Julianne Moore, mas que ainda assim fica comprometida pelo roteiro e seus colegas totalmente apáticos. A simples decisão de trazer o personagem mais desagradável do primeiro filme, Ian, já é um erro fatal, ainda mais colocando-o como protagonista e tentando redimi-lo perante o público.

Steven Spielberg continua na direção dessa sequência, mas dessa vez ele não faz milagres e parece ter tido dificuldades em trabalhar com seu elenco. As cenas de ação são até mais ousadas e bem executadas que no filme anterior, dando mérito a sua ousadia, porém em meio ao roteiro fraco, não há grandes destaques.

O roteiro como já foi pontuado é um dos maiores problemas do filme. Diferente do longa original que foi escrito pelo próprio autor do livro, Michael Crichton, aqui quem assume o texto é David Koepp que tenta resgatar a mensagem do original, acrescentando temas mais grandiosos como a ganância das grandes empresas, no entanto, essa trama em grande escala perde seu encanto sutil e se sustenta apenas pelo exibicionismo de cenas de ação.

Nem a trilha sonora icônica da franquia parece ter relevância aqui, em suas pouquíssimas aparições, servem mais como gatilho nostálgico ao primeiro filme do que um recurso dramático.

Se na crítica do primeiro filme eu disse que ele era um longa para todos e mesmo com poucos efeitos iria agradar toda a família, nessa sequência eu enfatizo exatamente o inverso. Exceto que você seja um grande fã da franquia ou apreciador da temática jurássica, esse filme é completamente dispensável.

Confira a crítica do primeiro filme clicando aqui.

REVER GERAL
Roteiro
5
Direção
6
Atuações
6
Direção de Fotografia
8
Direção de Arte
8
Criador e editor da Cine Mundo, trabalho com conteúdo online há mais de 10 anos. Sou apaixonado por filmes e séries, com um carinho especial por Six Feet Under e Buffy The Vampire Slayer.