“Estão prontos para arriscarem suas vidas por Ninjago?”
LEGO é uma das maiores e mais promissoras franquias para jovens e adultos. O que antes começou com brinquedos de montar, hoje possui séries animadas, videogames e agora tem ganhado grandes filmes que compõe uma excelente variedade de produções que satirizam clichês e a cultura pop em geral. Tudo isso foi visto em longas como “Uma Aventura LEGO” e “LEGO Batman – O Filme”, grandes sucessos de bilheteria e crítica que fizeram com que vários filmes fossem anunciados dentro do universo de LEGO.
Agora, no novo filme da franquia, “LEGO Ninjago”, conta a história de Lloyd, filho do grande vilão Garmadon, que planeja destruir a cidade de Ninjago, mas não sabe que o seu filho é na verdade o Ninja Verde, e junto de seus amigos formam um grupo de guerreiros que pilotam enormes robôs e foram treinados pelo sensei Wu para protegerem a cidade. Entretanto, os perigos irão testar esse grupo e eles terão que descobrir o necessário para tornarem-se verdadeiros ninjas e salvaram a cidade.
A grande pergunta a respeito da produção é se ela conseguiria manter o nível, afinal foi estabelecido um patamar elevado com os filmes anteriores, e este, logo pela cena inicial ao estilo de filmes orientais de baixo orçamento, já prepara o público para muitos exageros nas sátiras e cenas insanas focadas apenas as crianças, porém é aí que nos decepcionamos e muito.
Os trailers davam um tom interessante de humor ao mostrarem ninjas nem um pouco discretos com suas máquinas gigantes e a relação de pai e filho conturbada do protagonista que funcionaria como um possível tom dramático na história, e de fato é o que ocorre em seu início, mas há uma série de erros graves que comprometem a diversão e o sucesso da produção.
O script no geral é uma bagunça, e não sabe como transmitir sua mensagem emotiva sobre o amadurecimento e crescimento do protagonista, e tirando Lloyd, Wu e Garmadon, todo o resto dos personagens são muito fracos e sem o menor desenvolvimento ao longo da história. Tudo isso isso ainda é aliado a piadas com timing péssimo e resultam em uma experiência constrangedora nos cinemas.
O roteiro desperdiçou muitas oportunidades de ser uma plataforma para sátiras de filmes de artes marciais ou até mesmo trazer uma boa história com a qual conseguíssemos nos conectar. Infelizmente esse longa representa um grande passo para trás nesse universo, ao contrário de “Uma Aventura LEGO” que sabia dialogar com públicos diferentes e atingia o humor sarcástico, a mensagem emocional sobre vida, e a ação colossal, agradando até os fãs dos games.
A dublagem felizmente está muito boa, com vozes que caracterizam bem cada um dos personagens, sendo que o grande destaque fica para Garmadon, a figura mais carismática do longa. O restante se mantém eficiente, mas nada muito impressionante pois todos estão claramente atrapalhados com o roteiro ruim.
O design apresenta diversos problemas, pois apesar de seguir os parâmetros de outras animações, ele falha feio em um dos principais objetivos desse gênero que é proporcionar ao público juvenil, um nível apurado de ação visual com as construções e destruições de peças Lego, porém tudo está muito automático, carecendo de um charme característico para o filme.
A direção de fotografia apresenta uma proposta bem padronizada e comum, com ângulos e movimentos sem muito a oferecer, mas que ainda são bem efetivos no longa. Você provavelmente já viu muito do que foi mostrado aqui em outros filmes animados, mas são de certa maneira funcionais na história.
A trama também não teve o melhor direcionamento de seu diretor, que deixa passar diversos erros e problemas de construção e ritmo, uma falha bem notável.
“LEGO Ninjago” tem muitos erros na produção, se mostrando um caça-níquel barato que não está no mesmo patamar dos filmes anteriores, que diferente desse, tinham um nível alto com conteúdo de qualidade para crianças e adultos.