Crítica: Nefarious

Em Nefarious temos a história de um serial killer condenado que diz a um psiquiatra que ele é um demônio que pode possuir seu corpo. Ao final da avaliação, ele também avisa ao médico que em breve vai cometer três assassinatos.

O filme tem direção de Cary Solomon e Chuck Konzelman se baseando no livro chamado “A Nefarious Plot” de Steve Deace, a produção ocorre em um cenário limitado e isso poderia ser uma vantagem já que nessas limitações é que atuações, diálogos e a condução de cenas brilham muito em diversos projetos ao brincar de uma certa linguagem de teatro.

Esse não é o caso de Nefarious, pois se trata de um longa que tem grande dificuldade em fazer com que o público acredite na interação do elenco formado por Sean Patrick Flanery e Jordan Belfi, essa falha é muito devido a direção e ao roteiro já que não são atores ruins.

Sean Patrick Flanery conhecido por alguns pela franquia Santos Justiceiros e Jordan Belfi de Entourage da HBO se mostram dois nomes bem interessantes, um deles traz uma aura mais afetada e cheia de gesticulações e o outro trabalha bem mais em um tom mais humano e sereno. Essas escolhas contribuem para os temas, mas tudo soa tão formulaico ao redor deles que não consegue criar a tal sensação de dúvida entre a existência de demônios ou a insanidade.

Em boa parte da história vemos essa conversa entre ambos comentando sobre vida e sociedade, a produção sem qualquer sutileza usa desse cenário para expor pensamentos muito conservadores. Não teria grandes problemas em um filme expressar posições políticas através de sua linguagem cinematográfica, mas soa muito amador pelos diálogos se parecendo muito mais com um filme propaganda do que como personagens com suas próprias vozes.

Talvez haja um grande mérito nesse longa e é o tópico que muitos falam ao se referir para Nefarious, esse é o filme mais fiel sobre possessão demoníaca segundo a Igreja Católica e se trata de uma produção dos mesmos realizadores de Deus Não Está Morto, então é possível que caso você busque por fidelidade dentro da religião ou faça parte desses núcleos religiosos poderá se interessar ou até mesmo gostar da experiência.

Mas se esse não é o seu caso, esse filme talvez apenas lhe canse bastante em como desperdiça suas ideias em uma história que falha em criar tensão ou ser envolvente, afinal ele só acaba expondo ainda mais suas fragilidades narrativas se tornando uma experiência frustrante e sem muito a dizer para alguém que não possui grande envolvimento com seus temas.