Durante 16 anos, Gardner Elliot (Asa Butterfield) nasceu e foi criado em Marte onde conviveu sua vida inteira com cientistas. Movido pela ansiedade de conhecer seu pai e entender melhor a sua origem, apesar de seus órgãos não resistirem à atmosfera da Terra, ele sonha em conhecer o nosso planeta.

A proposta que transmitia no trailer de “O Espaço Entre Nós” parecia que ia trazer um romance irreverente e construir um amor à distância entre Gardner e a terráquea Tulsa (Britt Robertson), garota diferente que não se adequá bem aos seus amigos na escola, vive com o seu pai alcoólatra e teve um passado muito conturbado em lares adotivos.

Durante as duas horas de filme, a história é muito mal estabelecida no período de estádia de Gardner em Marte já que ele viveu durante 16 anos poderia ter explanando melhor a relação dele com o planeta. Por outro lado, entende-se que o filme deseja focar no romance, mas seria melhor envolver os atores numa outra história, pois apesar de ambos serem experientes nesse tipo de papel por alguns momentos pareciam estar desconfortáveis e por outras vezes mal dirigidos. O roteiro poderia ter sido salvo se falasse do casal se conhecendo e explorasse mais o relacionamento à distância, mostrando ela apresentando os hábitos humanos, enquanto ele o cotidiano em Marte. Mesmo com uma trilha-sonora complacente com o momento não havia envolvimento na história e consecutivamente faltava emoção.

É hora de comentarmos sobre o visual apresentado na produção com muita falta de técnica e pouca criatividade, os enquadramentos escolhidos não conseguem dar ritmo a obra e há ainda um uso exagerado de filtros de cor com um planeta Terra com uma luz estourada e Marte sendo representada através de cores alaranjadas fortíssimas.

Na arte também podemos encontrar inúmeros problemas, com figurinos pouco chamativos para os uniformes espaciais e roupas que não conseguem demonstrar muito bem os personagens, o que atrapalha quando precisamos de características próprias para o filme se desenvolver. Já na construção e uso de cenários a coisa anda pelo mesmo caminho, com o piloto automático tomando conta desse departamento artístico, acaba fazendo com que o filme falhe em algo que seria essencial: dar personalidade e sentimento a produção.

“O Espaço Entre Nós” perde a oportunidade de proporcionar um romance agradável, pois apresenta ideias mal organizadas fazendo com que a história se perca, além das atuações que ficam abaixo do esperado se tornando massivo, cansativo e desnecessário.