O que você faria se encontrasse uma bolsa no metrô? Certamente a entregaria ao dono, afinal isso é o certo a se fazer, mas aqui a escolha de Frances (Chloë Grace Moretz) não foi muito positiva ao devolver o objeto a sua verdadeira dona, Greta (Isabelle Huppert).
O filme conta a história de Frances, uma jovem cuja mãe acabou de falecer. Recém mudada para Manhattan e cheia de problemas com o pai, ela forma uma amizade improvável com Greta, uma viúva bem mais velha que ela. Porém, conforme as duas vão se conhecendo, as intenções da viúva se mostram muito mais sinistras do que a garota imaginava.
A relação entre as personagens inicia-se com o incidente do metrô e mais tarde torna-se um dos maiores problemas da vida de Frances que, como se não bastasse ter perdido sua mãe, ter uma relação distante com o pai e ter apenas a sua melhor amiga Erica (Maika Monroe) para contar, a presença de Greta se transforma em um sinônimo de problema, começando com mensagens constantes, convites para passeios e tentativas forçadas para criar uma maior intimidade entre as duas. Mesmo assim, tudo é visto como normal na cabeça de Frances, Erica chega a fazer um alerta comentando que parece estranho esse vínculo repentino, e que talveza seja reflexo da carência que as duas sofrem (a ausência da mãe de Frances, e a filha da Greta), mas a moça não parece enxergar mal, até que ela finalmete presencia com seus próprios olhos.
Como um filme B, “Obsessão” corresponde muito bem, pois ele tem todos os elementos de filmes de perseguição como, “Pedido de Amizade” (2018), “Paixão Obsessiva” (2011) com Orlando Bloom e “Unforgettable” (2017) com Katherine Heigl, é aquele tipo de trama na qual as pessoas acham que tudo que está acontecendo é normal, e a “psicopata” é sagaz e agil, conseguindo sempre estar à frente dos passos de sua vítima. Tanto Chloë Grace Moretz como Isabelle Huppert estão excepcionais em seus papéis, o que eleva a profução a um nível ainda maior.
Neil Jordan já é conhecido como um diretor consagrado e com esses nomes no elenco faz com que a gente espere algo memorável o que não aconteceu dessa vez, apesar disso, “Obsessão” consegue promover reflexões interessantes sobre até que ponto podemos confiar nas intenções das pessoas sem cair em uma armadilha que possa nos destruir ou nos denegrir.