Crítica: Onde Está Você, João Gilberto?

João Gilberto é tido como o pioneiro da bossa nova, que é um gênero musical derivado do samba e com influências do jazz. As suas músicas mais conhecidas são “Chega de Saudade” e “Bim Bom”, emanado com sua voz e violão, causou uma revolução, conhecido como um dos maiores influentes do jazz americano no século XX, ele ainda ganhou prêmios importantes nos Estados Unidos e na Europa, como o Grammy.

“Onde Está Você, João Gilberto?” é baseado no livro “HO-BA-LA-LÁ – À Procura de João Gilberto” de Marc Fisher, que fala sobre o cantor que tem se escondido no seu quarto há 30 anos como um fantasma. O documentário busca por investigar a história dessa lenda que não quer ser encontrada.

O longa é dirigido pelo francês Georges Gachot, que seguiu os passos do escritor alemão Marc Fisher e se dedicou a encontrar o cantor. Gachot já dirigiu outros documentários de artistas nacionais, como “O Samba” (2014), “Nana Caymmi em Rio Sonata” (2010) e “Maria Bethânia: Música é Perfume” (2005). No geral, o parisiense entrevista as pessoas que conheciam João Gilberto e elas relatam as suas experiências junto ao artista.

Para quem leu o livro que inspirou o filme deve ter uma experiência ainda mais rica, pois é possível identificar os pontos que foram vivenciados por Fisher de uma forma mais visual. Além disso, quem gosta de Bossa Nova terá uma ótima trilha-sonora como deleite, pois muitas músicas que marcaram o gênero são tocadas ou até mesmo cantadas por alguns dos convidados.

Confesso que eu fico me perguntando o que faz uma pessoa que propagou a música e foi percursora de um gênero querer se esconder e se isolar, porém, infelizmente essas questões não são respondidas.

“Onde Está Você, João Gilberto?” é um filme voltado para os amantes de Bossa Nova, fãs de João Gilberto, ou até mesmo aqueles interessados em conhecer mais sobre esse gênero musical. O material será ainda mais bem aproveitados por aqueles que já conhecem um pouco da história e tenham lido a obra de Marc Fisher, contudo, para o público geral, talvez, não seja uma boa pedida.


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