A Netflix tem muitas produções coreanas que abrangem diversos gêneros e uma vasta produção de séries como: “Be Arrongant” (2014), “White Nights” (2016), “Hello, My Twenties” (2016), mas, escolhi falar de “One More Time” um drama com cenas emocionantes e romance.
A história apresenta o trajeto do vocalista de uma banda indie que tem amigos e namorada, mas não está de fato satisfeito com a vida que leva tendo até problemas financeiros, entretanto ele será surpreendido por “saltos no tempo” que o farão enxergar o verdadeiro valor das coisas que ele tem.
O roteiro flui bem, pois não me parece fácil trabalhar com uma personagem que precisa voltar várias vezes ao mesmo dia, possibilitando que possamos entrar em histórias diferentes que acontecem todas no dia 4 de outubro. Tudo é bem “amarradinho”, inclusive a história tem um clímax que vai deixar as coisas bem mais interessantes, pois chega o momento em que você começa a se questionar se nada de novo vai mais acontecer!? Mas, acontece! O deslize no roteiro acontece no final, em razão do diretor parecer se preocupar demais em abrir uma possibilidade para uma segunda temporada, e portanto querer trabalhar com vários finais, não ficando muito claro o que ele pretende realmente despertar no espectador.
As atuações de Yoon So Hee como Da In e Kim Myung Soo como Yoo Tan emocionam e convencem como a história de um casal que está junto há muito tempo e que acaba se perdendo devido à rotina e fatores externos. Em alguns momentos lembrei um pouco do filme “Questão de Tempo” (2013) por reviver o mesmo dia várias vezes, e também de “6 Anos” (2015), pelo desgaste do relacionamento em que existe amor, mas não se tem mais motivação de viver a relação. Yoo Tan também é cercado de amigos que são o alívio cômico da história.
Durante seus oito episódios percebe-se um uso adequado de câmeras e cores para “One More Time” e sua proposta íntima, bem-humorada e fantasiosa, sempre apostando em ângulos fechados nos personagens e cores muito vivas destacadas.
A direção de arte aqui se destaca tanto pelo cenário como pelo figurino, ambos dialogando com o tom da série. A construção de cenas é bem estruturada visto que parte do roteiro depende de percebermos se há diferença no quarto de Kim Myung Soo, já seus figurinos nos mostram como os personagens mudam ao longo dos anos, além de conseguir demonstrar bem as personalidades de cada um.
Outro ponto interessante, é a trilha-sonora embalada por músicas doces do gênero indie, com letras lindas que fazem conexão com as cenas.
Com leveza, bons diálogos, personagens cativantes e um drama bem dirigido temos em “One More Time” uma produção que mantém um pé na fantasia e outro na realidade trabalhando questões profundas dos relacionamentos atuais através de soluções fantásticas, o seriado levanta a possibilidade para continuidade sendo uma experiência válida, pois ela te propiciará um mundo diferente do que já conhecemos sobre o país, cultura, pessoas e a forma de amar.