Pedro Coelho é a nova adaptação dos amados livros infantis de Beatrix Potter, uma famosa escritora que ganhou até uma cinebiografia estrelada por Renée Zellweger em 2006.

Antes de qualquer coisa precisamos deixar claro que essa produção moderniza os contos para a nova geração, contudo ela ainda traz bonitas homenagens aos contos antigos da escritora que se conectam com as raízes dos personagens.

Crítica: Pedro Coelho

Na história, Thomas McGregor (Domhnall Gleeson) após ser demitido devido à um ataque de raiva resolve relaxar passando um tempo na casa que herdou no campo, lá ele se apaixona por Bea (Rose Byrne) e é atormentado por um grupo de coelhos rebeldes liderados por Pedro Coelho (James Corden) que luta pelo carinho de Bea.

No geral a trama é bem comum, retratando figuras animadas e carismáticas estressando e arruinando os planos de alguma pessoa nervosa, entretanto temos bons personagens e piadas que funcionam, o que faz total diferença no desenvolvimento do filme.

A força do humor está nas relações dos personagens, seja entre McGregor e Bea, que juntos formam uma linda história de amor, ou também na conexão emotiva e calorosa dela com os vários coelhos órfãos, um dos maiores destaques do filme..

É perceptível que o afeto e carinho enchem de energia a trama de Pedro Coelho, porém não é apenas através dessa leveza que a obra diverte, temos ainda as rivalidades que movem boa parte dos conflitos e geram as melhores piadas com as lutas constantes de Thomas com Pedro, além é claro, da forma como o filme usa sarcasticamente as características clássicas de cada animal aliada ao grande carisma deles, com grande destaque para impagáveis cenas do porco tentando manter uma dieta, um galo neurótico com a luz do sol e é claro, o convencido, rápido e impulsivo “Pedro Coelho”.

A fotografia trabalha com muitas cores vivas, e realça bem os pelos e expressões profundas de seus personagens, assim como também sabe como acompanhar as situações e nos dar uma sensação mais íntima das hilárias sequências da rivalidade entre McGregor e Pedro Coelho, ainda assim,não há muita novidade na linguagem da produção.

A direção de arte, entretanto, está perfeita em seu visual realista, basta observar os movimentos dos pelos e a profundidade dada aos olhos expressivos que nos fazem acreditar em cada um desses animais.

Os cenários e figurinos apresentados são bem comuns e padronizados no contexto do campo, porém, estão adequados ao tom leve e descompromissado da obra e às personalidades dos personagens, complementando o estilo de cada um deles.

Quanto às vozes, posso apenas comentar da dublagem nacional, que não deixa em nenhum momento o longa perder toda sua diversão proposta com suas grandes vozes para Pedro Coelho e os diversos animais que surgem em tela, todos com boas entonações e ótimas performances.

Crítica: Pedro Coelho

Já entre os atores temos grandes nomes, como Domhnall Gleeson que encara o surtado e intenso Thomas, mostrando a cada sequência que está se divertindo muito no papel, já Rose Byrne está adorável e simpática como a amorosa Bea, ambos ainda trazem uma ótima química capaz de encher os olhos.

Além de Gleeson e Byrne, há ainda a breve aparição de Sam Neil como um caricato e maquiavélico senhor que rivalizou por muito tempo com Pedro Coelho, mas nada que mereça muito destaque.

A direção é de Will Gluck que comanda muito bem o humor das diversas situações constrangedoras e surreais vividas pelo estressado McGregor e ainda sabe muito bem dirigir sequências musicais e as belas interações dos animais feitos em computação gráfica com os humanos, tornando a produção uma divertida experiência que não só emociona como nos faz rir.

Outro ponto positivo que marca bastante a produção é a trilha sonora, repleta de músicas pop como I’m Gonna Be (500 Miles) de The Proclaimers, Cousins de Vampire Weekend, We No Speak Americano de Yolanda Be Cool & DCUP, entre várias outras que criam um ritmo inconfundível para o longa com canções populares e cheias de estilo.

Pedro Coelho se tornou assim uma grata surpresa, mostrando uma maneira simples e eficiente de apresentar um personagem de outra época para uma nova geração, realçando valores familiares, brincando com animais e as relações deles com os humanos e criando uma diversão apropriada para todas as idades.


Trailer:

REVER GERAL
Roteiro
8
Direção
9
Atuações
10
Direção de Fotografia
7
Direção de Arte
7
Nascido em São Joaquim da Barra interior de São Paulo, sou um escritor, cineasta e autor na Cine Mundo, um cinéfilo fã de Spielberg e Guillermo del Toro, viciado em séries, leitor de quadrinhos/mangás e entusiasta de animações.