‘Planeta dos Macacos: O Confronto’ é o segundo filme da trilogia de sucesso iniciada em 2011. Agora acompanhamos uma realidade futurista na qual um vírus extinguiu quase toda a humanidade, enquanto os macacos liderados por César encontram-se cada vez mais unidos, formando a sua própria sociedade na floresta.
Se em ‘Planeta dos Macacos: A Origem’, assistimos ao inicio da sociedade dos macacos, especialmente a partir do desenvolvimento de seu líder, César, aqui no segundo filme somos apresentados ao conflito entre as espécies. Os humanos supostamente foram erradicados, sobrando apenas alguns grupos que lutam diariamente pela sobrevivência, ou seja, temos o mesmo cenário do primeiro longa, porém com papéis de dominação invertidos. Agora são os macacos que estão em dominância.
O longa começa com diversos diálogos e narrações que expõem os motivos do desfecho da humanidade, bem como a crítica do filme sobre como a comunidade dos macacos tende a repetir os mesmos erros, embasados na arrogância e nas disputas pelo poder.
Com os humanos remanescentes enfraquecidos, alguns dos macacos acreditam que seja a hora perfeita de dar inicio a um combate e terminar de aniquilar a humanidade, vingando todos os maus-tratos que eles sofreram quando eram prisioneiros em laboratórios científicos. Mesmo que César e boa parte de seus seguidores discordem dessa conduta, parte dos animais estão dispostos a seguir em frente com seus planos.
O roteiro é impecável, e consegue ser superior a todos os filmes anteriores. Temos um primeiro ato bem estabelecido e que nos apresenta os novos personagens e a situação atual da humanidade, tudo com muito ritmo e originalidade. O desenvolvimento é igualmente instigante, assim como o seu ato final. Aqui você percebe como a consciência desses animais evoluiu tanto, ao ponto de se igualarem até em nossos defeitos.
Diferente do primeiro filme, a fotografia possui tons mais escuros, predominantemente azulados e ricos em contraste e saturação. Trata-se de um trabalho autêntico, que sabe desenvolver seus planos e ângulos de forma a imergir o público nessa trama intensa e fervorosa que cresce gradativamente junto dos conflitos entre os humanos e macacos.
A direção de arte também é impecável e desenvolve cenários de total destruição que evidenciam o ambiente pós apocalíptico, mostrando o mundo totalmente destruído e desértico, enquanto os humanos remanescentes habitam regiões estratégicas por questões de segurança.
Matt Reeves assume a direção da trilogia que foi iniciada com Rupert Wyatt, e comprova que essa mudança foi extremamente positiva. É um fato que Rupert fez um bom trabalho no filme anterior, mas é inegável o amadurecimento estético que o longa recebeu agora nas mãos de Reeves. O diretor sabe guiar o elenco com maestria e dar vida a cada uma das cenas com voracidade, prendendo a atenção do público do inicio ao fim.
“Planeta dos Macacos: O Confronto” é sem dúvidas, um dos melhores filmes da franquia e consegue fortalecer a sua mensagem com muita ação e sequências de tirar o fôlego.