[Crítica] Rogue One – Uma História Star Wars

 

Após um ano de espera pudemos enfim nos aventurar no primeiro filme do novo modelo de franquia de “Star Wars”, onde veremos pequenos contos do universo serem contados embarcando em diferentes lados do mundo de George Lucas. “Rogue One – Uma História Star Wars”, cumpre todas as suas promessas ao entregar ao público ansioso um filme de guerra e ação que narra uma história situada na lacuna entre o episódio 3 e 4, com outro tom e personagens inéditos na franquia recheado com uma avalanche de referências aos filmes clássicos e algumas produções de outras mídias.

Dentro da trama que se situa um pouco antes de “Star Wars: Uma Nova Esperança” nós acompanhamos a jornada de um grupo de rebeldes desajustados em uma missão suicida atrás dos planos da Estrela da Morte, e assim garantir a futura vitória da Aliança Rebelde contra o Império.

O roteiro da aventura consegue resolver muito bem seus atos e diferentes personagens sem se perder na ação, com um bom equilíbrio de seus elementos, fazendo desse uma divertida, curiosa e emocionante história que a cada cena traz uma homenagem aos filmes antigos. O único deslize fica sendo o terceiro ato do filme, é notável a falta de um certo clímax na trama apesar de haver uma cena de arrepiar que tenta compensar esse vazio.

Esse é um filme que se foca na missão do grupo e em explorar o universo dos fãs do Star Wars clássico, aqui podemos mergulhar nas diferenças entre Império e Aliança Rebelde, temos revelações sobre ambos os lados e descobrimos mais sobre como a guerra da família Skywalker afeta diferentes pessoas na galáxia.

Outro grande acerto é a direção de fotografia, claramente inspirada em filmes de guerra, com ângulos que nos fazem lembrar da série “Band of Brothers” e o clássico filme “O Resgate do Soldado Ryan”, com uma paleta de cores extremamente sombria e de tom realista.

Os efeitos da produção mais uma vez opta-se por usar técnicas e truques mais práticos e palpáveis para o público tornando a experiência ainda mais prazerosa.

A direção de arte também está muito rica, compondo visuais diferentes para cada um dos membros do grupo, combinando com suas personalidades contrastantes e com novos visuais para tropas rebeldes e imperialistas.

Agora chegamos ao elenco o ponto mais forte de todo o filme, e um dos assuntos mais comentados sobre a produção desde seu anúncio. Há espaço para todos brilharem no enredo, com participações pontuais e com muito carisma que enriquecem e dão o tom do filme.

Donnie Yen como Chirrut Imwe e Jiang Wen como Baze Malbus trazem as cenas mais divertidas do longa com muitos debates sobre o poder da Força e com uma parceria e química impecável, Forest Whitaker como Saw Gerrera e Mads Mikkelsen como Galen Erso possuem cenas pequenas que encaminham os heróis para aventura, mas em seu pequeno espaço roubam a cena com seus complexos e profundos personagens que são de vital importância para o decorrer da história.

 

 

O drama da guerra acaba concentrado em Felicity Jones e Diego Luna, Jones como Jyn Erson filha de Galen e fora-da-lei cheia de personalidade e Luna como o capitão Cassian Andor, um rebelde que já sofreu muito com o conflito mas possui boa índole e fará de tudo para acabar com a guerra contra o Império. Ben Mendelsohn como Diretor Orson Krennic e Genevieve O’ Reilly como Mom Mothma trazem imponentes personagens de ambos os lados da disputa empenhados a definir o final dessa batalha.

Há também notórias participações de Alan Tudyk como K-2SO e Spencer Wilding como Darth Vader que estão ali pra apenas trazer um agrado aos fãs da franquia, mas que divertem muito em suas cenas.

Mais uma vez a trilha é um charme à parte feita por Michael Giacchino com composições novas e clássicas da franquia trazendo um pouco da magia dos filmes e inserindo um certo tom de guerra e drama, características fortíssimas do novo filme.

Mas nada disso funcionaria se não fosse pela sua direção pontual que sabe trabalhar e narrar uma história dramática, sombria, dotada de um tom de guerra, que consegue direcionar o elenco e desenvolver seus personagens paralelo à missão em que se encontram.

Apesar do pequeno deslize em roteiro o filme possui uma boa história fechada, cumpre seus objetivos e ao final do filme só devemos agradecer pelo presente que foi essa produção, afinal ela trouxe todo um novo olhar para o universo de Star Wars, onde descobrimos mais sobre o passado dessa realidade, sem jamais alterar nada ao redor do que já foi estabelecido, apenas enriquecendo cada vez mais a história e alegrando o público com incríveis homenagens, tudo isso nos deixa extremamente empolgados para os próximos filmes planejados pela Lucasfilm.

REVER GERAL
Roteiro
8
Direção
9
Atuações
10
Direção de Fotografia
9
Direção de Arte
10
Nascido em São Joaquim da Barra interior de São Paulo, sou um escritor, cineasta e autor na Cine Mundo, um cinéfilo fã de Spielberg e Guillermo del Toro, viciado em séries, leitor de quadrinhos/mangás e entusiasta de animações.