Crítica: Segundas Intenções (1999)

“Segundas Intenções” foi um dos filmes mais amados pelos adolescentes durante o final dos anos 90 e inicio dos anos 2000. O longa é uma adaptação moderna do livro francês “Les liaisons dangereuses”, de Pierre Choderlos de Laclos que já tinha sido adaptado anteriormente como “Ligações Perigosas”, estrelado por Michelle Pfeiffer.

Na história, Kathryn Merteuil (Sarah Michelle Gellar) em parceria com o seu meio irmão Sebastian Valmont (Ryan Phillippe), planejam destruir a reputação de Annette (Reese Witherspoon) e Cecile (Selma Blair). Uma delas é conhecida por ter princípios conservadores e a outra por ter uma mãe super protetora que controla a sua vida e preza por sua reputação. Mais do que um jogo doentio, Kathryn e Sebastian dividem as duas missões através de uma aposta repleta de tensão sexual. O primeiro que conseguir desvirtuar uma das jovens terá o seu desejo atendido.

Crítica: Segundas Intenções

No filme, Sarah Michelle Gellar é a grande estrela do filme, vivendo uma psicopata manipuladora e que gostar de ter controle de tudo e de todos, especialmente do seu irmão. Na época, a atriz estava no auge de sua carreira protagonizando a série “Buffy – A Caça Vampiros” (1997) e o clássico do terror “Eu Sei O Que Vocês Fizeram No Verão Passado” (1997), porém em nenhuma dessas produções mencionadas ela ousou um papel de vilã, longe disso, portanto “Segundas Intenções” acabou por ser um grande marco na trajetória da atriz.

Ryan Phillippe também estava em uma boa fase de sua carreira, mas aqui ele não vai muito além de sua zona de conforto. No entanto, a sua química com o elenco feminino é muito boa e na maioria das vezes são elas que acabam dando um puxão no jovem.

Reese Witherspoon ainda era pouco conhecida nessa época, mas já esbanjava talento. No filme ela vive Annette Hargrove, uma jovem que ficou popular após conceder uma entrevista para uma revista adolescente, comentando sobre os seus valores e, em especial, o fato de nunca ter namorado e estar esperando pelo homem certo. Já Selma Blair é igualmente talentosa como Cecile, uma garota que tem diversos desejos reprimidos por sua mãe controladora e acaba sendo o alvo perfeito para Kathryn.

O grande problema do filme é que apesar da história ser bastante intrigante, o roteiro toma decisões fáceis e não se preocupa em trabalhar seus personagens com cuidado. No final das contas entretém e cumpre a sua função, mas assistindo hoje, 19 anos depois, é impossível não ficar com uma certa decepção relacionada ao desfecho.

Embora o roteiro seja bastante vago na forma como desenvolve os personagem e a trama principal, tudo acaba fluindo muito bem devido ao elenco extremamente talentoso e competente. São os atores que tornam tudo especial.

A direção de Roger Kumble também é um ponto positivo, pois ele conduz a história de uma forma persuasiva desde o começo. Nós sempre estamos esperando uma reviravolta ou imaginando algumas conspirações entre os personagens, mesmo que no final das contas, o desfecho tome o caminho mais confortável e pouco recompensatório.

“Segundas Intenções” é um filme divertido que apresenta uma história intrigante e uma atmosfera repleta de tensão sexual. O elenco acaba sendo a cereja do bolo e consagra o longa como um legítimo clássico adolescente.