Crítica: Sex/Life

Sex/Life é a história de um triângulo amoroso entre uma mulher, seu marido e seu passado, que apresenta uma perspectiva provocadora sobre a identidade e o desejo feminino. Billie (Sarah Shahi) após uma vida agitada em Nova York opta por se casar com o amoroso e confiável Cooper (Mike Vogel) e se mudar para Connecticut, em que ela abre mão do seu trabalho para ser dona de casa e cuidar dos seus filhos.

Cansada da rotina e sentindo nostalgia, Billie começa a fazer um diário e fantasiar sobre suas façanhas apaixonadas com seu ex-namorado Brad (Adam Demos). Quanto mais Billie se recorda mais ela se questiona as suas decisões e pede suporte a sua melhor amiga Sasha (Margaret Odette) — mas, seu marido encontra seu diário. A verdade sobre o passado de Billie iniciará uma revolução sexual em seu casamento ou a levará por um caminho de volta à vida que ela pensava ter deixado para trás com o homem que partiu seu coração?

Durante a escrita de seu diário, a protagonista Billie (Shahi) indaga questões sobre casamento no qual ela tinha um marido atencioso, parceiro e que prioriza a família, porém ela não se sente realizada, é uma sensação de que falta alguma coisa, que ela busca em seu passado, esse casamento “perfeito” parece ofusca a feminilidade de Billie que não se sente desejada pelo marido e busca refúgio na relação de codepêndencia com seu ex, o Brad (Demos).

A produção, apresenta uma visão sobre a insatisfação conjugal e a monogamia, contrapartida negligencia os seus próprios personagens quando de um lado temos o marido e todas as suas qualidades latentes e do outro o ex-namorado com atitudes abusivas justificadas por uma ausência paterna, e o dilema emocional da Billie passa a ser justificado apenas por sexo ou realmente ela ama o Brad e acredita na sua redenção?

Parece que Billie não pode ficar sozinha e nem ter um tempo para pensar nas suas relações e a maioria das suas lembranças giram em torno de sexo, as cenas de sexo focam em mostrar o prazer feminino, o que por muito tempo não foi abordado nas temáticas eróticas que sempre exaltavam o prazer masculino, um ponto positivo, é que a mulher é vista no sexo, boas performances e muita química principalmente com o Brad, tanto que eles acabaram se tornando um casal na vida real.

Já Sasha (Odette) expõe a Billie ao que está se submetendo, mas não deixa de envolver com o bonitão, né? Ela é mais focada na sua carreira, questão está que a Billie abriu mão para se dedicar a nova vida, e ela é uma boa mãe, o seu filho menor Hudson (Phoenix Reich) é apegado e o recém-nascido demandam uma enorme atenção, ela tenta fazer amizade com as mulheres da cidade, mas elas não são muito adeptas a praticar sonoridade e preferem viver de aparências a exemplo da Trina (Amber Mullin).

A trama é baseada diretamente no livro 4 homens em 44 capítulos, de BB Easton, gira em torno de um triângulo amoroso, a gente adora, e tem o diário como fio condutor, e quem não curte uns segredinhos? Mas, aqui não tem nada do que você não tenha visto, desde das personalidades dos personagens, a falta de novidade, e/ou aprofundamento na história que apesar de temas interessantes poderiam ter tido conflitos mais interessantes, desenvolvido melhor questões sobre monogamia, e mudado um pouco o cerco de amigas com cobranças e hipocrisias e buscando por mulheres que apoiassem mais umas às outras, é toda uma construção padrão, que tem medo de ousar, apesar de tudo pode causar muito identificação com a insatisfações de algumas mulheres em suas relações que acaba por trazer questionamentos sobre as escolhas no quesito em relacionamento, a libido, casamento, vida social, filhos etc.

Durante os oito episódios da primeira temporada de Sex/Life, não podemos descartar todo o material, pois é bom ter como tema central questionamentos de uma mulher de meia-idade, porém poderia ter sido melhor lapidado e ser mais honesta entre esse conceito de ser do bem e do mal. Dessa maneira, acabamos um pouco insatisfeitos com alguns desfechos, mas somos envolvidos na história então isso já é um passo, diante de tudo isso, me animo para uma segunda temporada e vocês?