Crítica: Slender Man: Pesadelo Sem Rosto

“Slender Man” é uma lenda criado na Web em meados de 2009, como uma criatura sem rosto, com braços longos, traje social e que se esconde em moitas e florestas. No ano de 2016, a HBO lançou o documentário “Cuidado com o Slender Man” contando um pouco mais sobre o mito que tornou-se realidade na cabeça de duas adolescentes que assassinaram uma colega com dezenove facadas.

Crítica: Slender Man

A trama é ambientada em Massachusetts focando em quatro garotas do ensino médio: Wren (Joey King), Hallie (Julia Goldani Telles), Chloe (Jaz Sinclair) e Piper (Annallise Basso), que juntas fazem o ritual do Slender Man para desmistificar o folclore. No entanto, quando uma das garotas desaparece, elas começam a imaginar o que poderia ter ocorrido. No intuito de desvendar o mistério, as jovens começam a investigar e se dão conta de que o ocorrido realmente tem ligação com o Slender Man, sendo que o desaparecimento da garota passa completamente despercebido pela cidade e todos ao redor parecem não se importar.

No elenco, temos quatro amigas que não são tão próximas assim, a relação entre elas é apresentada muito superficialmente. Em relação a vítima do desaparecimento, Piper (Annallise Basso), nós sabemos apenas que ela tem um pai alcoólatra e que não gostava da vida que estava levando, o que seria um excelente tema para ser aprofundado já que muitos jovens não estão satisfeitos com a sua realidade e buscam uma fuga na internet, acabando por serem influenciados por alguns conteúdos, como a própria lenda do Slender Man que ganhou vida e outros casos perigosos, como o recente “Baleia Azul”. A melhor amiga de Piper é Hallie (Julia Goldani Telles), uma garota egoísta e que funciona como a líder do grupo, mas acaba sendo ofuscada por Wren, interpretada por Joey King, que é atriz mais esforçada do elenco, porém nem o seu talento é suficiente para dar relevância ao filme, e a sua outra colega, Chloe (Jaz Sinclair) passa completamente despercebida ao longo da história.

A direção de fotografia não tinha como ser mais genérica, com iluminações quase inexistente (uma clara tentativa desesperada de esconder os terríveis efeitos digitais da criatura), além de cores como azul, cinza e sépia percorrendo o longa trazendo aquele visual característico de filmes de terror esquecíveis. Além disso, temos o uso apelativo de jump-scares embalados de cortes secos e estranhos.

Crítica: Slender Man

Costumo dizer que filmes de terror são uma experiência única para cada um, pois há espectadores que gostam de ir ao cinema para levar sustos, outros preferem filmes com uma atmosfera de suspense, e outros gostam de longas mais cults, porém aqui você não irá encontrar nenhuma dessas opções, pois não existe o que temer, é tudo muito previsível. Até mesmo as aparições da criatura são poluídas, sem contar que muito do que assistimos já havia sido mostrado no trailer.

Em suma, o grande pecado aqui foi encher o público de expectativas e entregar um material incoerente e que poderia ter sido muito melhor executado, mas não foi, e não resta nada que se destaque de forma positiva. Vale salientar que o longa não oferece qualquer tipo de medo e muito menos uma atmosfera de tensão, o seu único sentimento será de ansiedade para que o Slender Man leve logo as garotas e o filme acabe.