Há 8 anos era lançado o primeiro filme da franquia Sobrenatural, protagonizado por Patrick Wilson e Rose Bryne, nos apresentando um universo autêntico e assustador, criado por Leigh Whannell e James Wan. O longa deixou muitas peças soltas, assim como a sua sequência, quer serviu apenas para aprimorar as técnicas de Wan e mais tarde alcançar o sucesso com “Invocação do Mal”. O terceiro filme dessa franquia, “Sobrenatural – A Origem”, sem James Wan, e Wilson e Bryne no elenco, segue com a direção de Leigh Whannell, retratando momentos anteriores a história principal, e apesar de ter a Lin Shayne como protagonista, o filme é completamente irrelevante para a franquia e não acrescenta nada sobre a origem dos acontecimentos sobrenaturais como o título propõe.
Finalmente, o quarto filme, “Sobrenatural: A Última Chave”, busca retornar ao passado de Elise (Shayne), contando até mesmo momentos de sua infância e adolescência. Em paralelo, ainda iremos acompanhar alguns fatos que ocorreram após a trama do terceiro longa, pois agora Elise junto de Specs e Tucker criaram uma empresa especializada em investigações paranormais, a Spectral Sightings. O foco é totalmente voltado à Elise, começando a explicar como ela descobriu o seu dom, explorando a relação familiar dela com os pais e o irmão, e nos fazendo entender um pouco melhor sobre as suas motivações e a sua escolha de ajudar as pessoas que são atormentadas por entidades malignas.
Cronologicamente falando, este filme deveria ser a origem, pois o plot é estabelecido quando Elise recebe um telefonema e descobre que precisará retornar para a sua antiga casa, fazendo com que ela tenha que confrontar com o seu passado e resolver as pendências deixadas em seu antigo lar.
No elenco, a Lin Shaye já está bem familiarizada com a sua personagem e Tucker (Angus Sampson) e Specs (Leigh Whannell) tentam ser engraçados, mas não funcionam muito bem. Whannel, que também roteirizou o filme, parece estar bem à vontade no que está fazendo, já o diretor, Adam Robitel, precisa reforçar suas aulas de direção com James Wan, pois ela apela para os sustos rápidos em conjunto com uma trilha sonora alta que acaba tornando os momentos de tensão extremamente previsíveis.
Em sua direção de fotografia não há grandes mudanças em relação ao padrão estabelecido nos filmes anteriores da franquia, com enquadramentos e ângulos completamente sem charme. Já a arte se concentra em trazer figurinos que refletem a personalidade de cada personagem, expressando assim um pouco sobre quem é quem nessa história conturbada. O destaque fica na diferença das cores entre os mundos que acabam por nos ajudar a contextualizar melhor os dois ambientes.
“Sobrenatural: A Última Chave” é aquele tipo de filme facilmente esquecível por sua narrativa desinteressante e por apresentar um roteiro raso, com direito a criaturas que são criadas somente para assustar, mas não cumprem nem esse papel. Esse é um filme de terror que não contém uma boa história e nem consegue ser assustador, se tornando uma produção completamente blasé.