Crítica: Sorria 2

Naomi Scott traz uma performance impressionante como uma verdadeira diva do pop.

Conheci o trabalho da Naomi Scott em Power Rangers (2017), e 2019 foi um grande ano para a atriz, que participou de dois grandes blockbusters: As Panteras e Aladdin. Seu novo grande papel foi no universo do terror, gênero no qual ela ainda não havia transitado, em Sorria 2.

Para começar, vamos recordar um pouco sobre ‘Sorria 1’, cuja história girava em torno da Dra. Rose Cotter (Sosie Bacon), que, após testemunhar um incidente bizarro envolvendo uma paciente, Laura (Caitlin Stasey), aborda questões relacionadas à saúde mental. Já em Sorria 2, acompanhamos Skye Riley (Scott), uma estrela pop que, após presenciar uma morte, começa a viver experiências aterrorizantes, enquanto tenta conciliar o terror com a pressão de embarcar em uma turnê mundial, após a morte de seu colega do ensino médio, Lewis Fregoli (Lukas Cage).

Sorria 2 lançou aclamado com 85% de aprovação no Rotten Tomatoes e no IMDb, o longa conta com média de 7.2 do público. Mas isso significa que o filme é bom?

Vamos lá! Vou elencar as minhas considerações a Sorria e quero começar pela Naomi Scott que é a responsável por elevar a história devido a sua atuação que transita por ansiedade, medo e a pressão que sofre por todos que o cercam e a sua solidão. 

Nesse aspecto da solidão, o diretor Parker Finn utiliza enquadramentos que destacam os momentos de isolamento da protagonista. Ele captura com precisão cenas em que ela está deitada sozinha na cama, sentada em um closet repleto de roupas e sapatos, ou surtando com seus próprios pensamentos em um apartamento onde não pode contar com ninguém.

De um lado, o roteiro explora todo o horror da entidade, com jumpscares e sorrisos macabros. Por outro lado, a personagem enfrenta um terror mais profundo: a pressão de não saber quem ela realmente é, cercada por várias pessoas, mas sentindo-se completamente sozinha. Isso me lembrou um pouco do clipe “Lucky”, da Britney Spears.

Além do seu passado que a atormenta, incluindo a relação com seu ex-namorado Paul Hudson (Ray Nicholson), sua mãe Elizabeth (Rosemarie DeWitt) e sua melhor amiga Gemma (Dylan Gelula), todas essas conexões são usadas contra ela. O problema do filme está exatamente nesse aspecto: ele abusa do recurso ficção versus realidade, tornando difícil acompanhar até que ponto o que está sendo mostrado é verdade ou não.

O problema é que esse recurso é utilizado constantemente, o que dificulta nossa mente em distinguir entre o que é verdade e o que não é. Isso resulta em uma confusão mental, que se prolonga ao longo da narrativa, tornando o filme mais longo do que realmente precisaria ser.

Sorria 2″ consegue ser superior ao primeiro filme, principalmente graças à força da protagonista. Embora a história ainda gire em torno da mesma entidade, o filme se destaca ao explorar a luta interna de Skye, que enfrenta a entidade e os medos da vida real.