[Crítica] Star Trek: Sem Fronteiras

Após muita espera “Star trek: Sem Fronteiras” enfim chega ao seu terceiro capitulo, que foi coberto de dúvidas e diversas especulações desde o anúncio até o lançamento do filme.

Após a saída de J.J. Abrams da direção para assumir o novo “Star Wars”, houve uma grande procura para substituí-lo. Justin Lin de “Velozes e Furiosos” acabou assumindo a direção do filme, o que foi o suficiente para se gerar todo um medo ao redor dessa nova produção.

Mas todas as preocupações se foram quando o filme inicia, pois aqui vemos um filme que talvez seja o mais fiel ás origens.

Do começo ao fim somos jogados em direção a um longa que dá o devido destaque a coadjuvantes um tanto esquecidos nos outros filmes, emula muito bem o clima e os tipos de episódios da série clássica, aponta um futuro brilhante para a franquia, faz belas homenagens, e nos entrega uma aventura/sci-fi descompromissada e equilibrada em meio a seus diversos personagens.

 

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Durante o terceiro ano da missão de exploração programada para a duração de cinco anos, capitão Kirk (Chris Pine), Spock (Zachary Quinto),Uhura (Zoe Saldana), Scotty (Simon Pegg), Chekov (Anton Yelchin), Sulu (John Cho) e Dr. Mccoy (Karl Urban) recebem um pedido de socorro que os leva ao encontro do vilão Krall (Idris Elba), um perigoso inimigo da Frota Estelar interessado em um artefato do líder da nave. Após seu ataque a Enterprise, o grupo acaba em um planeta desconhecido, onde eles acabam sendo divididos em duplas, fazendo parceria com uma ex-prisioneira alienígena de Krall, Jaylah (Sofia Boutella) que possui diversos motivos para enfrentar o vilão. É a partir desse planeta que a história de fato começa, e toda a ação e aventura se desenrola.

O roteiro do filme é extremamente bem montado, trazendo uma estrutura semelhante a episódios da série, um ótimo trabalho de Simon Pegg que também atua como Scotty nos filmes. Ao jogar os heróis em um planeta longínquo, cria-se uma oportunidade de nos mostrar uma trama que trará recordações a todos os fãs da série clássica.

 

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O filme se equilibra bem, em seus vários personagens ao separá-los e colocá-los em duplas incomuns, dando assim mais destaque a Chekov, Sulu, Mccoy, entre outros. Com essa divisão o roteiro consegue trabalhar mais os diversos personagens da tripulação da Enterprise, além de criar interações diferentes entre eles, que enriquecem o filme e a franquia.

O filme é muito bem dirigido por Justin Lin, se saindo bem tanto nos diálogos entre os tripulantes quanto nas cenas de ação e aventura. Além disso em determinados momentos o diretor consegue emular muito do tom que JJ Abrams inseriu nos outros filmes.

Não há muito o que falar da fotografia, em boa parte ela mantém o tom dos filmes anteriores, mas dá mais destaque a cores do planeta e do espaço, criando um tom especifico. Só se sente falta de alguns planos e takes diferentes,  mais leves e recheados de aventura do filme. Com incríveis sequências de ação e aventura no planeta, a direção de fotografia entrega um bom trabalho como no segundo filme da franquia, que era bem criativo na forma de manusear a câmera para contar a história.

 

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Todo o elenco está muito bem na história, cada um ajudando a desenvolver a trama e tendo seus momentos de humor e drama bem encaixados, Jaylah se mostra uma mulher forte, carismática, independente e tão habilidosa quanto Kirk, e conseguimos perceber tudo isso pela boa atuação de Sofia Boutella. Idris Elba nos entrega o vilão Krall, que lembra muito diversos inimigos que tiverem no decorre da série clássica, é ameaçador, imponente e com segredos que provocam grandes reviravoltas na história. Apesar de bons momentos de Sulu, Uhura e Scotty, os pontos mais altos acabam sendo as tiradas cômicas de Mccoy e Chekov, muito bem encaixadas na trama, sem esquecer é claro a ótima química na dupla Spock e Mccoy, que conseguem nos mostrar mais lados de ambos os personagens. Mas as melhores atuações estão nos dilemas pessoais e dúvidas vividas por Chris Pine com seu Kirk, e de Zachary Quinto como Spock, demonstrando tristeza e melancolia em seus atos, elemento trazido pelo falecimento recente de Leonard Nimoy (um fato que afetou o ator e foi de certa forma incorporado na atuação e no arco dramático dele no filme).

Mais uma vez o filme mantém o clima de som e trilha bem-feito da franquia, e traz o retorno de uma música do primeiro longa, para completar a playlist desse ano, que curiosamente tem um papel bem interessante dentro da história.

O que permanece ao final, é que o filme consegue ser uma aventura descompromissada e ao mesmo tempo é uma homenagem aos 50 anos da série feito com muito amor e otimismo, assim como era a série clássica. Como se não fosse o bastante a produção termina nos trazendo esperança e apontando para um futuro brilhante para a saga, com o quarto longa já confirmado para 2019, e com o lançamento da nova série de TV. Ano que vem espera-se que teremos muito mais fãs e um futuro recheado de filmes e produtos. Não existe melhor momento para ser fã da Enterprise e sua audaciosa tripulação de exploradores.

REVER GERAL
Roteiro
9
Direção
8
Atuações
10
Direção de Fotografia
10
Direção de Arte
10
Nascido em São Joaquim da Barra interior de São Paulo, sou um escritor, cineasta e autor na Cine Mundo, um cinéfilo fã de Spielberg e Guillermo del Toro, viciado em séries, leitor de quadrinhos/mangás e entusiasta de animações.