Switched at Birth parecia que não ia render cinco temporadas, sua premissa baseada em duas irmãs que foram trocadas na maternidade acabou crescendo e rendendo muita história, é claro que o seu elenco carismático e as subtramas colaboraram para que se tornasse uma boa série.

A mente da criadora Lizzy Weiss não foi limitada e desenvolveu a história de Bay (Vanessa Marano) e Daphene (Katie Leclerc) que na primeira temporada tiveram o desafio de conhecerem o universo uma da outra, enquanto na segunda e na terceira voltou-se o foco para a convivência delas, na qual ambas acabam se aceitando apesar de todas as suas diferenças, e já na quarta elas estão mais entrosadas e passam a se importar como verdadeiras irmãs. Finalmente na quinta temporada temos o desfecho final não apenas das garotas, mas, de todos os personagens que estiveram envolvidos com elas, o fechamento dos arcos dramáticos sempre focando num caráter inclusivo, abordando temas de suma importância para sociedade como: racismo, abusivo, deficiência, entre outros.

Essa temporada foi a mais inferior em relação a sua duração apenas com dez episódios, talvez os diretores e roteiristas não souberam lidar muito bem com essa questão de redução de episódios, a impressão é que tinha muita história para contar e pouco tempo para que fossem contadas e com isso não houve equilíbrio, passavam tempo demais em um arco e pouco em outro. No último episódio Kathryn (Lea Thompson) descobre um segredo de família que precisa ser resolvido, Daphne e Bay precisam decidir a sua escolha amorosa e seu futuro profissional, Toby (Lucas Grabeel) ainda precisa se encontrar na vida, Regina (Constance Marie) permanece com muitas ligações com seu passado, assim como, Travis (Ryan Lane) que tinha uma história não esclarecida e Emmett (Sean Berdy) que ficou ofuscado. Por ter muitos personagens e muitos desfechos o capítulo final acabou ficando muito nostálgico e com ar de final de novela.

No decorrer da temporada a arte tem pouco a acrescentar a sua trama, trazendo em seu único diferencial os figurinos de cada personagem que demonstram suas personalidades e estilos de cada um.

Pois bem, se a direção de arte ainda traz algo para a narrativa, não podemos dizer o mesmo da direção de fotografia, pois aqui vemos ângulos e movimentos extremamente padronizado, não exercitando uma boa variedade artística, o que costuma ser comum em séries teens e não chega a enfraquecer sua narrativa, mas apenas mostra que o piloto automático toma conta da série nesse âmbito trazendo apenas o esperado.

Switched at Birth é um seriado que te faz ter outra percepção após assistir, pois ele explana o dia a dia de pessoas surdas e os dilemas que encontram para poder enfrentar a sociedade, mas trabalham também outros tipos de temas que te fazem refletir sobre o próximo, e se o objetivo é fazer com que o espectador seja mais empático e aceite as pessoas como elas são, posso dizer que Switched at Birth conseguiu, e me fez enxergar o mundo de uma forma diferente, me emocionou, me envolveu. É um seriado que acima de tudo fala sobre família elevando valores que estão deturpados em nossa sociedade e precisam imediatamente serem resgatados.