Fred Rogers (Tom Hanks) foi o criador de “Mister Rogers’ Neighborhood”, um programa de TV infantil muito popular na década de 60. A expectativa era que “Um Lindo dia na Vizinhança” percorresse por um caminho óbvio, que seria uma biografia, ou seja, contar a história de Rogers, mas o roteirista resolveu trazer um recorte de Mister Rogers ocorrido, em 1998, Tom Junod, até então um cínico jornalista, aceitou escrever o perfil de Rogers para a revista Esquire.

Durante as entrevistas para a matéria, Junod mudou não só sua visão em relação ao seu entrevistado, como também sua visão de mundo, iniciando uma inspiradora amizade com Rogers.

Crítica: Um Lindo Dia na Vizinhança

Apropriada do artigo jornalístico, com base no roteiro por Micah Fitzerman-Blue e Noah Harpster. Hanks se torna a personificação de Mr. Rogers, uma das atuações mais emocionantes, brilhantes e sensíveis de sua carreira que consegue quebrar a quarta parede e conversar com o coração do público. Lloyd Vogel (Matthew Rhys) é o nome dado ao jornalista incrédulo, no qual não pode ter seu nome mencionado no filme por algumas questões que não foram divulgadas.

Lloyd (Rhys) é um homem que não recebeu muitos cortejos da vida e que carrega consigo uma amargura ocasionada pelo passado, inclusive de seu pai Jerry (Chris Cooper). E o foco é justamente expor detalhes de sua vida, relações pessoais com sua esposa (Susan Kelechi Watson) e filho, do momento em que ele recebe a proposta para escrever o artigo, o processo de execução até o término.

Aqui o diferencial foi a abordagem que tira um filme de uma caixinha, e o eleva como produção dando camadas que vai colocar na mesa vários questionamentos: Como lidar com o rancor? A raiva? Cobramos tanto da vida e de nos mesmo o tempo todo, mas precisamos parar para apreciar as pequenas coisas e lidar com a nossa espiritualidade que não tem haver com religião, e sim como controlar as nossas emoções e sentimentos, conhecer mais a nós mesmo e externar aquilo que sentimos e como de fato gostaríamos de viver as nossas vidas.

Falando sobre alguns aspectos técnicos posso dizer que a fotografia e arte são primorosos e mais um ponto assertivo no filme que novamente se coloca num patamar diferenciado. A trilha sonora é colaborativa com a mensagem que quer ser passada com melodias agradáveis que conseguem conversar com a trama.

Nos tempos de hoje, ir ao cinema e poder assistir “Um Lindo dia na Vizinhança” é se deleitar sobre uma obra que vai encher teu coração de amor e esperança, ter pessoas como Rogers que conhecia a noção de empatia, antes mesmo da palavra se tornar “popular” em que todos sabem o conceito de que é se colocar no lugar do outro, mas de fato quantos praticam? Através de Rogers tomamos várias lições para aplicar em nossa vida pessoal de como canalizar sentimentos ruins, como poder conduzir alguém para que possa ser positivo, este sim, é um filme que deve ser passado nas escolas, nas universidades para que possa pautar discussões sobre as relações humanas.

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