Crítica: Um Lugar Bem Longe Daqui

Kya (Daisy Edgar-Jones) é uma garota abandonada, que teve que se criar sozinha no brejo da Carolina do Norte. Por anos, rumores da “Menina do Brejo” assombraram Barkley Cove, isolando a afiada e inteligente Kya de sua comunidade. Atraída por dois jovens na cidade, Tate (Taylor John Smith) e Chase (Harris Dickinson), Kya se abre para um mundo novo e estimulante, mas quando um deles é encontrado morto, ela é imediatamente considerada a principal suspeita. Conforme o caso vai se desdobrando, a verdade sobre o que aconteceu se torna cada vez mais nebulosa, ameaçando revelar os muitos segredos que existem no brejo.

Do elenco, conhecia o trabalho da Daisy que particularmente foi fenomenal em Fresh (2022), mas ouvi falar dela na série Normal People (2020) que não cheguei a assistir, mas está na lista. E alguns trabalhos do Taylor, mas na minha memória mesmo estava Fica Comigo (2017) um suspensezinho com a Bella Thorne, mas vamos lá como a produção Um Lugar Bem Longe Daqui contou com aprovação de Reese Witherspoon que falou bem da obra literária e foi a produtora, do filme, então, já começa com um crédito, né?

Agora, vamos aos pontos chaves que compõem essa história, o primeiro é o abandono, ao sermos apresentadas a infância de Kya ficamos cientes de que a garota vivia em uma cabana longe da cidade com sua mãe (Ahna O’Reilly), irmãos e um pai cruel (Garret Dillahunt) na década de 1950. Tão cruel que sua mãe sofria violência doméstica assim como, seus irmãos que iam saindo de casa em sequência para seguir seus respectivos caminhos, porém Kya, fica.

Imagina uma criança que é deixada por toda a sua família e precisa arruma uma forma de sobreviver, pois dispõe de poucos recursos e apoio dos moradores ao redor, a Jojo Regina que se encarrega de interpretar a Kya quando criança.

Conforme vai crescendo ela começa flertar com seu amigo de infância o Tate que começa a cortejá-la sutilmente e eles engatam um romance, as afinidades são tamanhas ela é obcecada por tudo que envolve a natureza e ele quer ser biólogo.

Tudo parecia caminhar bem, mas eles têm pretensões diferentes, ela almeja uma vida pacata no brejo, e ele deseja fazer faculdade, ele promete voltar, mas não volta. E Kya coleciona mais uma decepção, dessa vez decepção amorosa, a pessoa em que mais confiava, vai embora. Mas, ela se mantém forte em parceria com a natureza.

Chase cruza o caminho de Kya em um momento de vulnerabilidade, e ela acaba cedendo, nem ela mesma entende bem o motivo, mas chega a se questionar se pode ser uma companhia para passar o tempo, mas o que ele tem a oferecer é muito pouco, e logo ela se dá conta, tanto que resolve se afastar, mas ele não aceita, diz que só consegue ser ele mesmo com ela! Mas, que responsabilidade ela tem sobre ele? E, quando ela começa a buscar outros caminhos na sua vida e a usar todo o seu conhecimento na natureza em forma de livro, ele morre.

Tate e Chase são divergentes um na função de anjo e o outro de demônio – e no meio disso o filme não quer associar a produção apenas ao romance, pois existe um crime e ele precisa ser investigado.

A adaptação cinematográfica da diretora Olivia Newman conta com um excesso de flashback narrado pela voz de Kya que após esse longo segundo ato no mood filmes do Nicholas Sparks, ele traz o terceiro ato focado no julgamento em que os fatos são apresentados e a protagonista mais uma vez é julgada pela sociedade.

Por fim, para não me prolongar tanto quanto o filme, talvez o maior erro aqui tenha sido a fidelidade ao romance de Delia Owens, no saldo final a impressão é que carece de dinamicidade e profundidade, mas nosso ar fresco como público é proporcionado pela boa atuação da Daisy Edgar-Jones e a bela fotografia de Polly Morgan.