“Um Pequeno Favor” é a adaptação de um romance de Darcey Bell, que conta a história de Emily (Blake Lively), uma mulher bem sucedida que trabalha para uma famosa marca do ramo da moda em Manhattan. Solitária, viúva e com um filho pequeno para criar, Stephanie (Anna Kendrick) se inspira em seu blog, acompanhando rotineiramente sua vida direto do subúrbio de Connecticut e imaginando Emily como uma espécie de confidente.
O longa já tem sido comparado ao excelente “Garota Exemplar”, com muitos críticos comprando a ideia do diretor Paul Feig. No entanto, esse não foi o meu caso.
O ar cômico concedido a história, mais me incomodou do que me fez rir, e tudo apresentado em tela é mirabolante. Se você comprar essa estética exagerada, vai ter uma experiência deliciosa, mas caso não se convença com o excesso de reviravoltas e soluções fáceis, definitivamente este filme não é para você.
Apesar de tudo, é preciso comentar que Blake Lively está divina, ela vive uma mulher sexy, misteriosa, maldosa e a atriz parece estar se divertindo muito com essa personagem, sendo que seus figurinos enfatizam ainda mais a sua beleza. Já Anna Kendrick entrega apenas o que o papel pede dela, sendo uma garota com carinha de santa, mas que no fundo sabemos que não é bem assim.
Quando ambas se conhecem temos duas mulheres completamente diferentes, e Lively e Kendrick criam um interesse recíproco em suas histórias devido à química que ambas apresentam. A vida misteriosa de Emily é um vislumbre para Stephanie, mas ao pedir “um pequeno favor”, a moça desaparece, e esse desaparecimento resulta na aproximação de Stephanie e Sean (Henry Golding) que vão descobrindo mistérios do passado oculto de Emily, porém o rapaz parece não se convencer das descobertas, e é neste momento que o longa atinge o ápice de seus exageros, caminhando ao completo ridículo. (O que pode ser legal para alguns expectadores).
Uma das qualidades do filme está justamente no bom uso da direção de arte que alterna cenários bem diferentes, trazendo muito contraste entre a simplicidade pacata e a estonteante riqueza das personagens. Além disso, foi elaborado um bom conjunto de figurinos para as protagonistas que nos mostram em detalhes pessoais cada uma delas, além de também ajudarem a expor um pouco do estado emocional de ambas no decorrer dos desdobamentos da história.
Já a direção de fotografia possui fluidez nos movimentos, conta com uma edição envolvente e que complementa a atmosfera de suspense. Os tons de amarelo, rosa e verde estão sempre envolvidos em uma iluminação fria e que ajuda a alternar entre o mistério e o humor pastelão. Porém, nada ousado ou fora do comum.
Claramente o filme possui algumas influências de Alfred Hitchcock, mas é embasado em um roteiro novelesco que oscila entre o suspense e o cômico, podendo até convencer alguns expectadores, mas ainda falha pelo exagero, soluções óbvias e excesso de reviravoltas em seu terceiro ato.