Crítica: Velozes e Furiosos 10

Menos de um ano após o nono filme, eis que chega aos cinemas Velozes e Furiosos 10, mas antes de começar a falar sobre o filme, precisamos contar umas coisinhas para vocês, a primeira delas é, uma curiosidade, vocês sabiam que Velozes e Furiosos 9 foi a primeira cabine de imprensa, após a pandemia do covid-19 e vocês devem ter visto que estava um pouco empolgada no texto, né? E outra coisa, que vale a pena mencionar é que devemos levar em consideração a proposta do filme e a fórmula Velozes e Furiosos que após dez filmes, claramente se consolidou apenas com um único intuito de entretenimento. 

A franquia de ação começou nos anos 2000 e desde então cresceu a cada filme se assumindo cada vez mais absurda, galhofa e abraçando o caos em aventuras repletas de carros e família com o número de personagens crescendo mais a cada novo filme, trazendo boas adições e às vezes ficando um pouco bagunçado.

Caso você queira dar uma revisitada nos filmes, pode ser interessante, já que o filme ainda bebe muito do passado, mas a principal fonte aqui é Velozes e Furiosos 5: Operação Rio (2011).

O filme com maior elenco da franquia de todos os tempos, e claro, de volta Dominic Toretto (Vin Diesel) e Michelle Rodriguez (Letty Ortiz) como um casal que defende a família, mas infelizmente, não tem mais química, no mínimo eles teriam que ir à terapia ou abrir o relacionamento, pois claramente não existe mais química. Como eles têm este preceito de família, devem pensar que fica difícil separar o casal, mas gente nada melhor do que uma boa amizade, em? Não combina mais! Feito o desabafo! Seguimos, Roman Pearce (Tyrese Gibson), Tej Parker (Ludacris),  Ramsey (Nathalie Emmanuel), Han Lue (Sung Kang) são cotados para uma missão em Roma, mas logo descobrem uma armadilha articulada por Dante (Jason Momoa) é um vilão diferente, ele não exala testosterona, ele é colorido, estiloso, e tem um humor irônico e muita insanidade, isso deu um novo ar no quesito vilania para que não se tornasse uma competitividade com as mesmas motivações, cada um tem uma motivação diferente.

As ganhadoras de Oscar, Helen Mirren e Charlize Theron voltam ao seus papeis, Queenie Shaw e Cipher, respectivamente, mas tem pouca interação com os demais do grupo, e a participação delas no filme, é uma ponta solta, embora assistí-las em tela seja bom, mas aqui elas não têm espaço, um pouquinho mais a Theron que consegue protagonizar boas cenas de luta, como sempre.  Já a Brie Larson que vive a Tess, é nada mais, nada menos que uma personagem funcional, ou seja, ela serve para ser colaborativa ao funcionamento da trama, mas com pouca função narrativa.

 Mia (Jordana Brewter) deveria aparecer apenas no final do filme para ceder a sua casa para um churrasco, pois ela não tem mais nexo com a família, embora tenha feito parte da sua participação atualmente não agrega em nada para a história. Já o  Jakob (John Cena) combina com a franquia, e aproveitaram ele como o tiozão, a participação dele é divertida, curti. Agora, gente!? Quem escreveu o personagem Aimes (Alan Ritchson) nunca vi mais genérico, agora, o Deckard Shaw (Jason Statham) foi fazer o que mesmo lá? Caso eu tenha esquecido de alguém me perdoem porque o elenco é imenso ou o personagem passou despercebido.

Enfim, vamos falar do que todo mundo adora quando se trata da franquia: cenas de ação, eu gosto muito da cena em Roma de tão BIZARRA que é, as cenas de perseguição que envolvem carros e motos são boas, uma outra cena que é boa é a do Rio de Janeiro onde temos a carismática Daniela Melchior (O Esquadrão Suicida) que acho que ela tem mais química com Vin Diesel do que a Letty. 

Dessa vez, não temos espaço, mas temos fogo e o fogo não funciona muito bem, me pergunto se não seria interessante tentar trazer algo mais raiz? Ou agora o público abraçou a ideia e quanto mais insano melhor?

A regra de Velozes e Furiosos parece ser seguir a tendência do filme de ação brucutu onde tudo ganha proporções fantasiosas e maiores a cada longa (nesse caso sempre envolvendo carros potentes) e há diretores que saem bem ou não em brincar com as possibilidades criativas da ação absurda no longo histórico da franquia que já teve até diretores como James Wan.

O filme foi dirigido por Louis Leterrier, com roteiro de Justin Lin e Dan Mazeau e aqui não cabe coerência ou coesão, uma série de acontecimentos que tentam conectar, o apelo maior é o passado, com a finalidade de sempre proteger a família. A produção de quase duas horas e 20 minutos peca pelo seu excesso de participações, talvez falte mais humildade, a verdade é que Velozes e Furiosos ganhou proporções imensas e o povo cada vez mais quer ação e até que pontos eles vão para atender ao público? Parece que o seu é o limite para os diretores e roteiristas.

A convidada da vez foi a cantora Ludmilla que embala uma das músicas da trilha-sonora “Vai Sentando” repleta de hits dançantes. Considerando o material como todo, temos um filme, que é puro suco da franquia Velozes e Furiosos que podemos dizer que é uma fórmula própria e fica claro que não acaba por aí, vem mais, espero que tenham mais Momoa e se você está afim de abraçar a galhofa, vá aos cinemas e fique até o final que tem cena pós-crédito.