Crítica: Venom – Tempo de Carnificina

“Tom Hardy abraça totalmente o humor e o bizarro do Venom em filme frenético”

Eddie Brock (Tom Hardy) é um jornalista que entra em contato com um simbionte alienígena e se torna Venom, um dos principais inimigos do Homem-Aranha e um dos anti-heróis mais populares da cultura pop que se torna mais popular a cada dia.

Venom – Tempo de Carnificina estreou oficialmente hoje (07) – e devo avisar que se você gostou do primeiro filme, certamente vai gostar ainda mais deste filme que agora conta com direção de Andy Serkis, pois ele abraça apreciadores das HQs já que ele parece beber muito da fonte de histórias de David Michelinie dos anos 90 e muito da relação de Eddie e simbionte vem de histórias de Donny Cates de arcos recentes de 2020.

No primeiro filme, Eddie Brock e Venom salvaram o mundo juntos. Agora, seguiram dividindo a morada e tentando lidar com as adversidades da convivência, o Venom quer se alimentar de humanos, enquanto Eddie começa uma investigação jornalística sobre o serial killer Cletus Kasady (Woody Harrelson) que vive no corredor da morte em São Francisco, durante as investigações, eles se desentendem e após uma mordida de Venom e a mistura do sangue de Cletus, dá origem a um novo simbionte, Carnificina, que resumindo quer matar o outro alien e aterrorizar o mundo.

Hardy encarna o jornalista, mas tem um timming perfeito para assumir a forma de Venom quando somos tomados pelo desempenho incrível de sua dublagem. Harrelson é o vilão, e ele sabe executar o humor insano e entregar uma relação convincente com a Shriek (Naomie Harris) que é capaz de manipular o som de várias maneiras possíveis, causando até mesmo explosões sônicas. Ela pode ser futuramente bem aproveitada no universo, quem sabe?

A Anne (Michelle Williams), a ex-noiva de Eddie está de volta! E é complicado dar funcionalidade a ela na história, ficando a cargo dela apenas o ajudar quando ele está em apuros. E sobre a sua relação com Eddie posso dizer que o amor permanece, mas amizade sobressai…

Em uma época com tantos filmes de super-heróis como Venom poderia deixar sua marca em seu segundo filme? Claramente para  Tom Hardy e Andy Serkis foi fazerem um filme mais despretensioso, direto e que se diverte com seus personagens peculiares. Já que o primeiro Venom encontrou problemas e méritos em abordagem, havia muitas expectativas para onde a trama iria seguir no seu próximo filme, mas felizmente Serkis e Hardy entenderam o apelo desse personagem e escolheram o caminho mais divertido.

Tom Hardy é o que podemos chamar de personificação do Venom, pois ele abraça tanto essa caçada ao vilão como também traz muito mais a dinâmica de simbionte com Eddie, quase como aquelas comédias sobre relações complicadas entre amigos muito próximos, o que rende grandes momentos entre eles ao longo do filme.

Os efeitos são mais refinados, agora entendemos muito mais as lutas ao lidar com personagens de visuais semelhantes, porém com estilos bem diferentes, além disso, a fotografia e cenário ajudam usando cores como sépia e locações como de uma igreja e mansões.

O filme nos leva a crer que um universo parece estar sendo formado a partir de Venom e do Universo Marvel da Sony e com mais essa produção é possível que futuramente a Sony ainda deva nos entregar cada vez mais projetos interessantes e filmes que saiam de sua zona de conforto e flertem com gêneros, afinal tivemos em Venom – Tempo de Carnificina um filme de comédia que brinca com terror, com certeza um ponto fora da curva nos projetos de super-heróis.