Quando você encontra o seu grande amor as coisas costumam ser intensas e rápidas porque você tem tanta certeza de que quer passar a vida com aquela pessoa que acaba embarcando em qualquer aventura que venha a surgir, e foi isso o que aconteceu em “Vidas à Deriva”. Tami (Shailene Woodley) tinha sede de viver e de conhecer o mundo que a acercava, sem medo ou receios e, ao chegar no Tahiti, ela conhece Richard (Sam Clafin) com quem acaba tendo muitas afinidades.

O filme conta com a direção de Baltasar Kormákur, e roteiro dos gêmeos Aaron e Jordan Kandell, responsáveis por “Moana” (2016). A trama acompanha um casal que partem numa viagem do Tahiti até a costa americana do Pacífico, a bordo de um veleiro. No entanto, eles não poderiam prever que iriam se deparar com um dos furacões mais catastróficos da história. Ao término da tempestade, Tami acorda e encontra Richard gravemente ferido e seu barco em ruínas. Sem esperança de resgate, ela deve encontrar força e determinação para salvar a si mesma e o único homem a quem já amou.

Crítica: Vidas à Deriva

Um dos meus receios com o filme estava na química do casal, pois seria um fiasco caso eles não tivessem entrosamento e não passassem nenhum tipo de verdade em suas interpretações, mas aqui isso não acontece. Shailene apenas comprova o seu talento como atriz, após a sua atuação em “Big Little Lies” (2017) ao lado de divas como Nicole Kidman e Reese Witherspoon, ela mostrou que não fica atrás. Já Sam, mesmo tendo potencial, ainda não conseguiu ter um papel de destaque na indústria, mas nas comédias românticas “Simplesmente Acontece” (2014) e “Como Eu Era Antes de Você” (2016) ele mostra seu talento, e em “Vidas à Deriva” ele mantém o padrão desenvolvendo bem o seu personagem, principalmente nos momentos de sofrimento durante o período de deriva.

O filme tem um trabalho de edição muito eficaz tornando a narrativa fluída, interessante e nos deixando completamente envolvidos com a história que acaba nos convencendo do amor que foi construído pelo casal ao longo dos dias que estiveram juntos antes de velejarem.

A direção de arte da produção é muito eficiente ao conseguir complementar muito bem a narrativa do filme, seja pelos bons figurinos que são bem condizentes com as personalidades dos personagens ou por suas locações que auxiliam a criar o clima de romance ao redor do casal. Além disso, houve um certo cuidado em nos mostrar as mudanças, tanto em suas roupas como nos cenários no decorrer dos dias que passam sempre bem acompanhados de uma ótima maquiagem que nos dá um olhar realista sobre as transformações vividas por Tami e Richard.

A fotografia trabalha com tons mais opacos como azul e vermelho do início ao fim da produção, contudo não há nada muito fora de comum ou acima da média.N o final das contas são os movimentos e enquadramentos da câmera que se destacam, alternando entre planos mais abertos que conseguem nos trazer um panorama geral das dimensões do local e cenas com planos mais fechados que fortalecem o trabalho do elenco e trazem um tom mais íntimo e emocional para a trama.

“Vidas à Deriva” é baseado em uma história real e conta com atuações que transmitem verdade, passando uma mensagem linda sobre amor que te prende do começo ao fim e deve causar aos expectadores um misto de sensações.