Em dezembro de 2018, os atores Michael B. Jordan e Florian Munteanu estiveram no Brasil juntos de Tessa Thompson para divulgar “Creed II” durante o painel da Warner Bros Pictures na CCXP18.
A convite da Warner, nós tivemos a oportunidade de entrevistar os astros do filme e conhecer um pouco mais sobre os bastidores dessa produção grandiosa.
>> Crítica: Creed II <<
Confira a entrevista abaixo:
Como foi para vocês carregar o legado de Rocky Balboa, Apollo Creed e Ivan Drago?
Michael: Eu me senti bem, é a minha segunda vez nesse papel, toda a pressão que tinha nos meus ombros no primeiro filme foi embora. Eu tive a oportunidade de ouvir do Sly (Silvester Stallone): “Essa é a sua história, não tente competir ou comparar com a franquia do Rocky”. Eu estava animado para ter a minha própria franquia e continuar esse legado e Creed II foi o filme perfeito para isso, pois Adonis pode sair das sombras do seu pai (Apollo Creed) e ter a sua própria história, a sua própria família, o seu próprio legado e a introdução de Viktor Drago foi perfeita para isso.
Florian: Pra mim foi uma honra, pois eu sou o novato aqui e também um grande fã de Rocky e Creed e isso é inacreditável. Me juntar a essa grande franquia e elenco como você disse (Michael), me fez sentir bastante pressionado, afinal eu tinha que continuar o legado de um dos mais temidos vilões da história (Ivan Drago). Steven (o diretor) criou algo diferente aqui, se você ainda não assistiu o filme deve imaginar que Viktor é um tipico vilão, mas assim como em toda a franquia, nós criamos algo novo, um DNA próprio para Creed, mesmo o longa fazendo parte do universo de Rocky. Então eu estou muito feliz.
“Creed: Nascido Para Lutar” refletiu muito da própria historia de Ryan Coogler (diretor do primeiro filme), a saída dele afetou a sequência de alguma forma?
Michael: Quando você tira alguém como Ryan de um projeto você perde algo, afinal ele é um diretor muito talentoso e especial, mas trata-se também de abraçar algo novo e diferente. Steven Caple Jr. é um diretor excelente e também sabe contar histórias de um jeito muito pessoal e especial. Ele colocou a sua marca em Creed II e você pode sentir a diferença.
Dolph Lundgren (Ivan Drago) foi parar no hospital há um tempo atrás após enfrentar Rocky (Sylvester Stallone) em “Rocky IV”. Algum de vocês também teve esse desfecho durante as filmagens?
Florian: Eu fui parar no hospital uma vez. Nós tivemos lesões. Eu machuquei o meu ombro enquanto tentava nocautear esse cara escorregadio aqui (Michael). Basicamente nós tentamos entregar as cenas o mais realista possível, especialmente na luta final que tem uma carga dramática e emocional muito grande. Nós não podíamos esquecer que estávamos apenas atuando.
Michael: Por alguns momentos nós acabamos nos convencendo de que a luta era real. Nós tínhamos Sly e Dolph ao nosso lado e queríamos deixá-los orgulhosos, então quando entramos no ringue e sentimos toda aquela emoção, aquilo era real para nós. Por conta disso, em algumas cenas nós dois acabamos nos machucando e indo parar no hospital [risos].
Florian, como você construiu a relação de Viktor e Ivan Drago junto de Dolph Lundgren?
Florian: Primeiro de tudo eu preciso dizer que foi fácil para mim me conectar com o papel, porque a coisa mais importante para o Viktor é o seu pai e é o mesmo comigo. Eu amo meus pais e minha família, e meu pai é o meu melhor amigo, meu ídolo e foi o meu primeiro treinador. Dolph é um dos caras mais humildes que eu conheci e foi muito fácil pra mim e para todo o elenco trabalhar com ele. Nós malhávamos e jantávamos juntos para criar uma ligação forte como pai e filho. Você consegue ver isso nas telonas, nós nos gostamos na vida real e acredito que esse sentimento genuíno foi exibido no filme.
Florian, o seu “vilão” é cheio de dor e o ódio. Como você se conectou a esses sentimentos para construir o personagem?
Florian: Todos nós temos momentos negativos e tristes em nossas vidas. Steven e eu tentamos encontrar um jeito para que eu transmitisse esses sentimentos de maneira autêntica. Nós tivemos que conectar os momentos negativos da minha vida pessoal aos do personagem para trazer essa verdade ao público. Eu não vou revelar quais momentos são esses pois quero guardar isso pra mim, mas a dor que eu senti no filme era real e acredito que isso funcionou muito bem.
Vocês dois interpretam filhos de antigos oponentes de Rocky, que mesmo como adversários, algumas pessoas os enxergavam como vilões… E há um equivoco nessa colocação, afinal você não é um vilão por ser adversário de alguém. Eu gostaria de saber como vocês lidam ou até superam essa concepção de vilania em suas suas vidas pessoais?
Michael: Boa pergunta! [risos] Em Pantera Negra o Killmonger era chamado de vilão, mas eu o encarava como um antagonista e acredito que esses personagens são os mais interessantes de acompanhar, pois você pode entender a sua origem e o motivo deles agirem de tal forma. Pessoalmente, e m minha vida eu tive que superar diversos tipos de obstáculos e esteriótipos, não dá pra julgar e rotular sem conhecer e entender o outro.
Florian: Eu concordo com ele. Eu fiquei muito feliz de poder mostrar mais do que apenas músculos com o meu personagem. Eu tive a oportunidade de mostrar minhas habilidades e transpor meu coração e emoções para o filme. Eu estava conversando com o Dolph (Lundgren) sobre isso e ele me contou que precisou de mais ou menos 30 anos para conseguir ter a oportunidade de entregar algo além de músculos e poder mostrar que é um ótimo ator. Então ele me disse que eu deveria ser muito grato por ter a chance de revelar esses meus dois lados, o músculos e a capacidade de lidar com um turbilhão de emoções.
Adonis atingiu o seu limite físico, mas para se tornar um homem melhor você acredita que ele também precisou evoluir psicologicamente?
Michael: Sim, eu acredito que um dos grandes arcos desse filme é o desenvolvimento de Adonis como pessoa e como homem. Ele começa um tanto imaturo, ingênuo, egoísta e toma suas decisões baseando-se no ego e orgulho. O grande desafio é que ele quer se tornar um campeão e sair da sombra do pai, mas ao mesmo tempo ele não está preparado para a fama, a família e o sucesso, isso tudo acaba mudando quem ele é.
Você (Michael) dirigiu um comercial da Bacardi recentemente. Dirigir é algo que você almeja para o seu futuro profissional?
Michael: Sim, com certeza. Eu estou no set de filmagem há quase 20 anos e tive tempo de crescer, aprender, conhecer outros pontos de vista e evoluir. Trabalhar tão próximo de Ryan Coogler me incentivou a ir para trás das câmeras e ele me disse que não existe a hora certa, você só precisa começar. Então eu comecei pegando pequenos projetos e comerciais para ganhar experiência.
Existe algum tipo específico de filme que você tem interesse em dirigir?
Michael: Pretendo seguir com filmes independentes, algo que eu posso ter controle total da produção.
Michael, como produtor você tem planos para mais filmes? O que nós podemos esperar do futuro de Creed?
Michael: Sim, mas eu não posso te contar! Eu estou empolgado com o sucesso do filme e em ver o público feliz em acompanhar a história de Adonis, Bianca, Viktor e do Rocky. Eu acho que as pessoas estão curiosas para saber o que vai acontecer em seguida. Podemos esperar que a franquia dure tanto quanto Rocky? Eu não sei, mas espero que sim.