Finalmente, para fechar o nosso especial com chave de ouro, trouxemos a tão aguardada resenha de ‘Forrest Gump’, livro de Winston Groom, que rendeu a belíssima adaptação cinematográfica, estrelada por Tom Hanks.
Homenagem do Mês de Junho – Forrest Gump
Primeiramente precisamos comentar sobre a edição comemorativa de 30 anos, feita pela editora Aleph. O livro é de fato lindíssimo, e possui letras de tamanho considerável que auxiliam a leitura e amenizam a sensação de cansaço nos olhos daqueles que curtem devorar o material durante horas, sem intervalos. Também é valido ressaltar as belas ilustrações feitas por Rafael Coutinho, que agregam um charme a mais durante o processo de leitura, além é claro, do artigo final que traz uma inteligente análise, comparando o livro com a versão cinematográfica. Talvez a única ressalva é o peso e a fragilidade do produto, que é ótimo para ser lido em casa, mas jamais recomendo que o transporte para vários lugares, pois pode ser que o livro não permaneça inteiro até o fim da leitura.
“Forrest Gump é um idiota. Ou ao menos é assim que a sociedade o considera.”
Muitos já conhecem Forrest por ser um personagem clássico do cinema, e aqui a sua representação não é diferente. O livro o descreve como um homem grande, atrapalhado e desajustado socialmente. Os médicos o definem como alguém com QI abaixo da média, e isso faz com que todos ao seu redor o reduzam a pequenos feitos durante a sua vida, porém a vivência de Forrest não conhece os limites dos exames médicos. É interessante salientar que a narrativa se desenvolve em primeira pessoa, portanto nós compreendemos as situações sobre o ponto de vista de Forrest, o que torna a leitura mais convidativa e permite que nós tenhamos total compreensão da inocência do personagem, nos permitindo compartilhar de seus sentimentos mais profundos.
O desenvolvimento da história não se difere muito do que acompanhamos no filme. Temos aqui um Forrest que passa a infância e adolescência correndo dos valentões da escola, mas que graças a suas habilidades e, um pouco de sorte, ele acaba indo parar em diversos locais almejados por muitas pessoas “normais”. O personagem amadurece com cada uma das experiências que vive, e mesmo que jamais perca a sua inocência, é inegável a sua evolução ao longo dos anos.
A tradução do livro faz uma escolha inteligente, mas que pode não agradar a todos os leitores. Trata-se do uso intencional dos “erros gramaticais”, a ideia é aproximar o livro da versão original, que traz esses erros, como uma forma de nos situar diante de Forrest, afinal é ele que nos conta a história, e é esperado que isso seja feito da forma mais crível possível. Eu particularmente acho essa escolha inteligentíssima, e agregou em muito na minha imersão durante a leitura.
O livro, “Forrest Gump” é tão grandioso quanto a adaptação cinematográfica que recebeu, e por isso merece ser lido por todos os fãs do filme, ou qualquer um que goste de uma boa história de aventura, que é acima de tudo, uma inspiração, afinal de contas, mesmo com todas as limitações rotuladas em Forrest, ele conseguiu superar boa parte delas e se autoafirmar em meio a uma sociedade hostil.
Título: Forrest Gump
Autor: Winston Groom
Editora: Aleph
Ano: 2016
Páginas: 390
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