Fiquei pensando horas e horas em qual material eu iria resenhar pra você, pensei em algum conto do Edgar Allan Poe, e até mesmo algum conto de fantasia. Mas acabou que escolhi resenhar o mangá Helter Skelter, pois o tema do mangá é algo que vivemos explicitamente e muitas pessoas fingem que não são assim.
Helter Skelter conta a história da famosa modelo Liliko, uma mulher que está no ápice da moda, promovendo as marcas mais influentes do mercado. Como é algo que já sabemos, o mundo da moda sempre apresenta novas modelos, sempre jovens e lindas. E quando mais velha a modelo fica, menos trabalho ela consegue, e só resta uma coisa: Fazer de tudo pra continuar jovem e bela para não perder o trabalho.
Liliko passa por diversas cirurgias plásticas para se manter no topo e inflar ainda mais o seu ego, mas seu corpo não suporta tantas mudanças e começa a desmoronar, afetando tanto o seu trabalho quanto a sua sanidade mental.
A coisa piora quando a clínica que Liliko frequentava é investigada sob suspeita de uso clandestino de fetos para pesquisas e tratamentos ilegais!!! Fora que entra uma jovem modelo na agência e Liliko fica morrendo de inveja pelo simples fato dela pegar uma boa parte de seus trabalhos e nunca ter feito uma cirurgia plástica na vida.
Agora Liliko usa seus assistentes impondo ordens constrangedoras e bastante perigosas. Mas todas essas tentativas fazem com que a Liliko se afunde ainda mais, sendo assim, ela vê o seu fim chegando a cada dia que passa.
O traço da Okazaki é bem peculiar, muitas pessoas podem achar que é um desenho bem mal feito. Eu particularmente gosto bastante do traço, mas admito que na primeira vez que li essa obra há muito tempo, eu tinha achado horroroso o desenho da autora.
Helter Skelter alerta sobre o abuso da beleza, onde as pessoas nunca estão satisfeitas com os seus corpos. E também para aquelas que fingem estar satisfeitas com o corpo (independente como ele esteja), mas por dentro está infeliz com o que tem.
A obra já ganhou dois prêmios no Japão e foi nomeado para a seleção oficial de obras essenciais do Festival Internacional de Histórias em Quadrinhos de Angolema, na França. No Brasil o mangá foi publicado pela editora New Pop com um ótimo acabamento. Recomendo bastante a obra para quem quer ler algo mais ácido e adulto. 😉