[Resenha] Magnus Chase e os Deuses de Asgard: A Espada do Verão

A mitologia nórdica é uma das mais ricas e fantásticas entre as mitologias, tanto que a tempos os fãs do escritor americano Rick Riordan vinham pedindo uma saga de livros sobre o tema. Riordan já nos presenteou com os mundos de Percy Jackson e o os Acampamentos Meio-Sangue e Júpiter e com os irmão magos Carter e Sadie Kane e a sociedade secreta Casa da Vida. Após todos os milhares de pedidos, Riordan cedeu e mergulhou de cabeça nos mitos escandinavos e de lá trouxe um novo grupo de heróis, vilões e criaturas tão fantásticas quanto os de suas sagas anteriores.

Magnus Chase e os Deuses de Asgard é uma trilogia que conta a trajetória de um jovem semideus, filho de um dos deuses do panteão nórdico, para tentar impedir o Ragnarok, o fim dos tempos. O primeiro livro se chama A espada do verão e teve publicação simultânea nos Estados Unidos e Brasil no dia 6 de outubro de 2015. As edições americanas e brasileiras publicadas pela Disney Hyperion e Editora Intrínseca, respectivamente. O nome do primeiro livro da nova trilogia foi anunciado um ano antes, no final do quinto livro da série Heróis do Olimpo, O Sangue do Olimpo.

Dois anos após a morte de sua mãe, Magnus Chase é um morador de rua da cidade de Boston, Massachusetts. O rapaz de 16 anos aprendeu a “manha” da rua, como conseguir comida, onde se proteger, que tipo de pessoas evitar. Muito graças a seus dois amigos, Blitzen e Hearthstone, dois esquisitões que tornaram-se próximos de Magnus durante seu tempo como sem teto. Sua rotina muda quando ele descobre que sua prima, Annabeth Chase o está procurando, assim como o irmão de sua mãe, seu tio Randolph. Mesmo tendo que desobedecer um dos últimos pedidos de sua mãe, de não se aproximar de Randolph por ele ser perigoso, Magnus decide ir a casa do tio para espionar.

Randolph encontra Magnus e conta para o rapaz que seu pai é um deus nórdico. O tio também menciona um artefato mágico que pertence por direito à Magnus e que eles precisam encontrá-lo. Apesar de achar que o tio enlouqueceu de vez, Magnus decide acompanhá-lo em sua busca. Randolph leva os dois de carro até a Ponte Longfellow, onde Magnus consegue recuperar a Espada do verão. Nesse momento a ponte é atacada por Surt, um gigante de fogo, forçando Magnus a iniciar uma luta com a criatura. Magnus acaba sacrificando sua vida em um movimento definitivo, que derrota o gigante. Os dois caem da ponte na rio congelado.

Magnus desperta no excêntrico Hotel Valhalla, que ele descobre ser uma das pós-vidas dos nórdicos. Lá ele conhece novos amigos e inimigos, além de se aproximar de Samirah Al Abbas, a valquíria que resgatou sua alma. Magnus não parece conseguir se adaptar a sua nova realidade, sobretudo por causa do sentimento de insatisfação dos membros do conselho e das outras valquíria com sua presença em Valhalla. A maioria dos einherjar, os guerreiros de Odin, não consideram o sacrifício de Magnus um ato de bravura merecedor de uma pós-vida. As coisas se complicam ainda mais após Magnus receber uma profecia dizendo que ele foi escolhido por engano e que em nove dias a Espada do verão irá libertar uma fera.

Agora o inexperiente herói deverá recuperar sua espada e encontrar uma forma de atrasar o Ragnarok. Para isso ele deverá se aliar com seus amigos, viajar pelos nove mundos, enfrentar monstros, conhecer deuses e mergulhar no passado de sua família, algo que pode ser doloroso o bastante para arruinar sua missão.

Riordan tem o poder de trazer os mitos de milhares de anos atrás e torná-los contemporâneos. Além disso, sua criatividade para dar vida a personagens tão diferentes, mas tão característicos assombra. “A espada do verão” é uma boa pedida para quem já está familiarizado com o trabalho do escritor americano, contudo algo que diferencia esse trabalho dos demais é a violência. Por abordar uma das culturas mais violentas da história seu livro acaba sendo preenchido por batalhas sangrentas. Algo que me incomoda é o fato de Riordan não mudar sua “fórmula”, tão presente em todas as suas sagas de livros infanto-juvenis: Jovens heróis, filhos de algum deus ou de uma linhagem mágica que conhecem um lugar especial onde são treinados e após uma profecia são enviados em missão atravessando os Estados Unidos para recuperar algum artefato poderoso. Pessoalmente me vi decepcionado quando percebi que o livro não inovou em sua mecânica, contudo isso não me privou de ótimas horas de leitura e muito riso, em um dos livros mais engraçados que o “Tio Rick” já escreveu. “A espada do verão” é a prova de que Rick Riordan sabe que seus fãs estão crescendo e que suas tramas também devem crescer junto com eles. É um livro divertido, emocionante, de leitura fácil e agradável que vai te prender até o fim e ainda vai te fazer pedir por mais.

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