Título: O Livro de Memórias
Autor: Lara Avery
Editora: Seguinte
Número de páginas: 392
O livro conta a estória de Samantha McCoy, uma aluna que sempre teve um plano: se formar no ensino médio como a melhor aluna da classe e sair da pequena cidade onde mora para estudar Direito na NYA. Nada vai ficar em seu caminho nem mesmo uma rara doença genética que aos poucos vai apagar sua memória. Ela só precisa de um novo plano. É assim que Sammie começa a escrever o livro de memórias – anotações para ela mesma ler no futuro.
Ao ler essa sinopse é inevitável não prever qual o desfecho do livro. Mas apesar de ser previsível de maneira ampla, Lara Avery o torna extremamente atrativo e engraçado. Conseguir casar uma doença rara mais uma adolescente em pleno desenvolvimento dos hormônios não é tarefa fácil. Através de diálogos bem estruturados, utilizando referências, que vão desde cultura pop a literatura, de jogos a marcas de roupas, Avery dá ao livro um ar descontraído e de fácil leitura.
Ao desenvolver Sammie nessa migração de adolescência para vida adulta, Avery consegue tirar um pouco o foco da doença e mostra que conflitos como: amor, trabalho, família e perspectiva de vida, estão presentes e influenciando o cotidiano tumultuado de Sammie.
Os outros personagens, que apesar de secundários, tem um grande peso na narração, contribuindo ainda mais para dá aquele ar cômico e familiar, no qual é inevitável não compararmos com nossa própria família. Um dos personagens é o melhor amigo de infância de Sammie, Cooper, além dos irmãos, pais e amigos.
O Livro de Memórias é um livro leve, mas que, apesar de não relatar de fato todo o processo degenerativo da doença NP-C (Niemann – Pick, com três tipos: A B e C. Onde o acúmulo de um tipo errado de colesterol no fígado e no baço, gera consequência que ocasiona uma série de obstruções no cérebro. Tal como: atrapalha cognição, função motora, memória, metabolismo), nos cativa juntamente pela simplicidade, mesmo apresentando um tema que cita uma doença rara, ele não apela para o fator “doença rara”. O que ficou confuso, mas não prejudicou muito a narração, foi a passagem de tempo entre os relatos no livro de anotações, sendo proposital ao não (por conta da doença de Sammie), Avery poderia ter trabalhado melhor, pois fica aquela sensação de: Em que momento ou estágio da doença Sammie está?
Em suma, sem dúvida, O Livro da Memória é um bom livro para ler nas horas vagas.