Título: Os sofrimentos do jovem Werther
Autor: Johann Wolfgang von Goethe
Publicado pela primeira vez em 1774
Johann Wolfgang von Goethe é genial. Não houve um momento sequer durante minha leitura no qual eu não estivesse totalmente tomada por sua longa (não o bastante, para mim) prosa, carregada de descrições ricas e das mais belas imagens. O enredo, que remete em alguns momentos à história do próprio autor, cava silenciosamente túneis para a alma do leitor e, a menos que esta seja puro breu, faz com que ele perca-se na brisa pré-romântica e mergulhe na paixão fatal (e há quem diga que é doentia) de Werther.
Na concepção de muitos, e nestes estou inclusa, o livro possui dois momentos:
O primeiro nos apresenta a personalidade sensível de Werther, assim como seu peculiar apreço à natureza. Seu viver é dos mais belos e ele é um ser livre. Encontra inspiração no mais simples ocaso, busca vida em tudo que o rodeia, nela se embebe e enfim respira harmonia.
O segundo evolui gradativamente, assim como a dor do protagonista, que encontra a mais pura melancolia ao apaixonar-se por Carlota, uma jovem com certa pitada da típica heroína romântica (digna de Alencar) que, por infortúnio do destino, está destinada a outro homem (Alberto, no caso). Werther é consumido por essa paixão, que o corrói de dentro para fora e apaga o brilho de seus dias, assim o preparando para o inevitável fim do recém-formado triângulo amoroso. Os sentimentos que tem para com sua Carlota são tão poéticos, tão densos, que fazem qualquer fã do Romantismo ver estrelas, de fato.
A história não poderia ser mais cativante, posto que é composta por cartas que o próprio Werther destinava a seu amigo Guilherme, contando-lhe sobre seus mundos objetivos e subjetivos, expondo sua visão sobre as mais diversas nuances diárias. O desenrolar prende a atenção e realmente traz consigo certa inspiração e cor. Eu não poderia recomendar um livro mais do que recomendo este, já que Goethe, com seu pobre Werther, roubou-me o coração por completo.
“Às vezes não posso compreender como um outro pode amá-la, permite-se amá-la, ousa amá-la, quando eu a amo de maneira única, tão profunda, tão plena; quando nada conheço, nada sei, nada tenho senão ela!”